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Vazamento perto da cratera foi em tubulação clandestina
Para especialistas, há falta de controle da rede
DA REPORTAGEM LOCAL
A inclusão de uma tubulação
clandestina com água entre os
fatores contribuintes do acidente da linha 4-amarela do
metrô revela um problema
constante de descontrole das ligações subterrâneas em São
Paulo, segundo especialistas.
Laudo divulgado anteontem
do engenheiro britânico Nicholas Barton, contratado pelo
Consórcio Via Amarela, considerou que a ruptura de uma rede desconhecida na estação Pinheiros provocou a infiltração
de água no solo e favoreceu para a queda de uma rocha gigante sobre a estrutura do túnel.
Para ele, a tragédia que deixou sete mortos foi resultado
de uma fatalidade por conta de
uma anomalia geológica, mas
com a contribuição da água.
A Secretaria de Infra-Estrutura da Prefeitura de São Paulo
diz que a tubulação citada não
era de conhecimento de seu engenheiro que atua na região e
reconheceu a existência de redes semelhantes que não constam das plantas do município.
O presidente do Comitê Brasileiro de Túneis, Tarcísio Barreto Celestino, afirma que a estrutura foi motivo de desconfiança nos dias seguintes à
abertura da cratera porque ela
jorrava água sem parar.
Segundo Celestino, cuja empresa presta serviços ao Via
Amarela, foi identificado que
ela inicialmente integrava a rede da Sabesp (que não confirma), mas que havia sido desativada. "Depois alguém a colocou
em uso para águas pluviais indevidamente", afirmou ele.
Roberto Kochen, ligado ao
Instituto de Engenharia, disse
que as redes clandestinas de esgoto e água são freqüentes.
Mas a informação de que a
ruptura da rede favoreceu à tragédia pode também motivar
questionamentos ao trabalho
das construtoras da linha 4.
Um técnico relatou que, antes do acidente, foram identificadas zonas molhadas -provavelmente devido ao rompimento da tubulação- numa região
de escavação que era seca. Há
quem veja no fato um alerta de
que havia anormalidade. Mas,
para Kochen, a mudança não
chegava a ser um sinal amarelo.
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