São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 2005

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Pescador aguarda liberação para trabalhar

DO ENVIADO A ITABORAÍ (RJ)

O pescador Barnabé Almeida, 33, passou os dois últimos dias na margem esquerda do rio Caceribu para observar o trabalho dos técnicos responsáveis pela contenção do óleo diesel.
Nascido e criado na beira do rio, Almeida diz que, sem a pesca na região, não terá como manter a família -a mulher, Lucimar, 29, dona-de-casa, e os filhos Michel, 1, e Gabriel, 8. "Fico aqui porque tenho a esperança de liberarem a pesca logo. Aí, entro no rio na mesma hora. Só sei fazer isso. Não tenho outra opção", afirmou.
A desolação do pescador fica mais evidente quando ele lamenta o fato de não ter sido ainda procurado por representantes da FCA, da Prefeitura de Itaboraí e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). "Estamos abandonados. Só disseram que é proibido pescar", disse.
Por dia, Almeida ganha de R$ 50 a R$ 60 com a venda do que pesca nos rios da APA (Área de Proteção Ambiental) de Guapimirim e nos fundos da baía de Guanabara.
Sem o dinheiro, o pescador diz que pretende lutar até judicialmente por uma indenização. "A gente tem que ser indenizado. É o certo. Como vamos sobreviver?"
Almeida lembrou o período de quase um ano em que não conseguiu viver da pesca por causa do derramamento de óleo na baía de Guanabara em um duto da Reduc (Refinaria Duque de Caxias), em 2000. "Ninguém queria comprar nem peixe nem caranguejo. Eu vivia catando garrafa de plástico para vender. Foi difícil", disse. (ST)


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