A 46ª edição da feira internacional optou por uma estratégia menos experimental

Propostas mais ousadas estavam nas ruas de Milão -nas mostras paralelas e também no Salão Satélite

DUILIO FERRONATO
DA REVISTA DA FOLHA

A 46º edição do Salão Internacional do Móvel de Milão -entre 18 e 23 de abril- optou de novo por uma estratégia comercial e menos experimental.
Falou-se muito na China. O medo crescente que a indústria do mundo todo tem do potencial chinês parece ter afetado a maneira de comercializar peças industrializadas.
Alguns discutem que o investimento em pesquisa não compensa quando um grupo chinês pode copiar um lançamento em uma semana. E produzi-lo com um custo menor. Isso talvez explique por que o setor "oficial" se mostrou tão monótono.
No entanto, tal como a moda na última temporada de desfiles, a verdade apareceu lá fora. Vieram do público e das ruas os looks mais interessantes.
Também foi nas ruas de Milão, nas vitrines das lojas, e no Salão Satélite, a mostra paralela, que as propostas mais ousadas deram as caras. Lá, o enfoque comercial passou longe. Os japoneses fizeram bonito com vasos em forma de bola para manter a flor em movimento. Outro grupo mostrou um tapete/carpete/toalha de mesa em feltro, que você mesmo monta.

Salão do móvel
A maior parte da feira fica no Salão do Móvel, dividido em clássicos, modernos e design.
Os clássicos perderam espaço em relação a outras edições. E o moderno já perde para o design -com mais liberdade para criação e experimentação.
No design, destaque para algumas estrelas já conhecidas, como Mario Bellini, que criou a linha Stardust para a Meritalia; e Philippe Starck, que redesenhou uma peça de deixar qualquer um com vontade de ter: a cadeira Mr. Impossible para a Kartell, agora totalmente em acrílico. A peça já teve várias versões, mas ficou ainda melhor.
Na Euroluce, feira de iluminação que ocorre a cada dois anos, a tônica foi mais a tecnologia e menos o design.
Nesta página, algumas das criações expostas em Milão.


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