São Paulo, quarta-feira, 29 de abril de 2009

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Projeto nasceu errado, dizem especialistas

DA REPORTAGEM LOCAL

Especialistas em transporte divergem sobre o anúncio da mudança de planos para o Expresso Tiradentes, o antigo Fura-Fila, mas são unânimes em criticar o modelo criado no governo Celso Pitta (1997-2000).
"Foi um negócio [o Fura-Fila] que o Duda Mendonça lançou na propaganda eleitoral: "É o super-homem? É um avião? Não, é o Fura-Fila". Depois, meio que levaram isso a sério, e fizeram uma coisa toda improvisada", disse o professor de engenharia de transportes da USP, Jaime Waisman.
"Depois, viram que a coisa não parava em pé. Depois, nas outras gestões, não tinham como recuar", afirmou.
Tanto o professor da USP quanto os outros entrevistados falaram de forma genérica por não conhecer o novo projeto, de um metrô leve.
Nessa condição, Waisman diz ver no anúncio de um trem de superfície um caminho correto. "Eu lhe diria, mesmo sem conhecer o projeto, que a região suporta esse "upgrade". O sentido é positivo", disse.
Já o consultor de engenharia de tráfego e transportes Horácio Augusto Figueira diz ver com preocupação esse anúncio repentino.
"A sensação que me dá é que não teve planejamento adequado para a demanda ou não sabiam o que fazer com o resto do Fura-Fila. Parece um quebra-galho", disse. "O problema é saber se a linha verde terá capacidade para receber outra linha engatando nela."
Luiz Célio Bottura, consultor de engenharia urbana e transportes, diz acreditar que a mudança "dá na mesma coisa".
"O importante é ter um sistema de transporte naquele corredor. É claro que o bom seria uma política de uso de solo concomitante que permitisse que as pessoas não saíssem de Cidade Tiradentes e viessem trabalhar na zona sul ou no centro. Mas São Paulo não sabe fazer."


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