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Projeto nasceu errado, dizem especialistas
DA REPORTAGEM LOCAL
Especialistas em transporte
divergem sobre o anúncio da
mudança de planos para o Expresso Tiradentes, o antigo Fura-Fila, mas são unânimes em
criticar o modelo criado no governo Celso Pitta (1997-2000).
"Foi um negócio [o Fura-Fila] que o Duda Mendonça lançou na propaganda eleitoral: "É
o super-homem? É um avião?
Não, é o Fura-Fila". Depois,
meio que levaram isso a sério, e
fizeram uma coisa toda improvisada", disse o professor de engenharia de transportes da
USP, Jaime Waisman.
"Depois, viram que a coisa
não parava em pé. Depois, nas
outras gestões, não tinham como recuar", afirmou.
Tanto o professor da USP
quanto os outros entrevistados
falaram de forma genérica por
não conhecer o novo projeto,
de um metrô leve.
Nessa condição, Waisman
diz ver no anúncio de um trem
de superfície um caminho correto. "Eu lhe diria, mesmo sem
conhecer o projeto, que a região suporta esse "upgrade". O
sentido é positivo", disse.
Já o consultor de engenharia
de tráfego e transportes Horácio Augusto Figueira diz ver
com preocupação esse anúncio
repentino.
"A sensação que me dá é que
não teve planejamento adequado para a demanda ou não sabiam o que fazer com o resto do
Fura-Fila. Parece um quebra-galho", disse. "O problema é saber se a linha verde terá capacidade para receber outra linha
engatando nela."
Luiz Célio Bottura, consultor
de engenharia urbana e transportes, diz acreditar que a mudança "dá na mesma coisa".
"O importante é ter um sistema de transporte naquele corredor. É claro que o bom seria
uma política de uso de solo concomitante que permitisse que
as pessoas não saíssem de Cidade Tiradentes e viessem trabalhar na zona sul ou no centro.
Mas São Paulo não sabe fazer."
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