São Paulo, domingo, 29 de maio de 2005

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Tintura sim; bigodudo, não

DA REVISTA

Autor de um projeto de lei para instituir o Dia do Orgulho Heterossexual, o vereador Carlos Apolinário (PDT) diz que "para chamar atenção, os homossexuais começam a exigir direitos que nem sequer os héteros têm".
Depois de dizer que não tem nada contra a opção sexual de ninguém, Apolinário pergunta na justificativa do projeto: "É normal duas pessoas do mesmo sexo se beijarem em público ou na TV? (...) Os homossexuais muitas vezes agridem verbalmente aqueles que não concordam com suas idéias". Leia a entrevista a seguir.

Pergunta - O sr. pinta o cabelo?
Carlos Apolinário -
Sim.

Pergunta - Um homem que fizesse o mesmo há 30 anos poderia ser considerado homossexual...
Apolinário -
Pintar o cabelo é um problema pessoal de cada um.

Pergunta - E ser homossexual?
Apolinário -
Não tenho nada contra a opção sexual. Tive dois homossexuais trabalhando como chefes em uma empresa minha. O problema são as atitudes públicas que eles têm: não dá pra dois bigodudos se beijarem de língua em um restaurante em que eu estou jantando com a família.

Pergunta - Com que freqüência o sr. vê essa cena?
Apolinário -
Nunca vi. Mas sei que eles precisam fazer atos que são divulgados pela imprensa. Segurar na mão tudo bem; uma bicotinha para cumprimentar também. Agora, ficar se agarrando não tem necessidade. Eles não querem o direito de ser homossexuais, mas de aparecer.

Pergunta - E o sr., já foi acusado de querer apenas aparecer?
Apolinário -
É melhor aparecer com leis do que como ladrão, no noticiário policial, como boa parte dos políticos.

Pergunta - Como seria a passeata do orgulho heterossexual?
Apolinário -
Não pensei nisso. Quis apenas chamar a atenção da sociedade para a quantidade de leis que defendem os homossexuais. Na Câmara tem dia da lésbica, do orgulho lésbico...Daqui a pouco, se alguém disser isso tudo que eu estou falando, vai ser preso.(PS)

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