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Tintura sim; bigodudo, não
DA REVISTA
Autor de um projeto de lei para
instituir o Dia do Orgulho Heterossexual, o vereador Carlos Apolinário (PDT) diz que "para chamar atenção, os homossexuais
começam a exigir direitos que
nem sequer os héteros têm".
Depois de dizer que não tem nada contra a opção sexual de ninguém, Apolinário pergunta na
justificativa do projeto: "É normal
duas pessoas do mesmo sexo se
beijarem em público ou na TV?
(...) Os homossexuais muitas vezes agridem verbalmente aqueles
que não concordam com suas
idéias". Leia a entrevista a seguir.
Pergunta - O sr. pinta o cabelo?
Carlos Apolinário - Sim.
Pergunta - Um homem que fizesse o mesmo há 30 anos poderia ser
considerado homossexual...
Apolinário - Pintar o cabelo é um
problema pessoal de cada um.
Pergunta - E ser homossexual?
Apolinário - Não tenho nada
contra a opção sexual. Tive dois
homossexuais trabalhando como
chefes em uma empresa minha. O
problema são as atitudes públicas
que eles têm: não dá pra dois bigodudos se beijarem de língua em
um restaurante em que eu estou
jantando com a família.
Pergunta - Com que freqüência o
sr. vê essa cena?
Apolinário -Nunca vi. Mas sei
que eles precisam fazer atos que
são divulgados pela imprensa. Segurar na mão tudo bem; uma bicotinha para cumprimentar também. Agora, ficar se agarrando
não tem necessidade. Eles não
querem o direito de ser homossexuais, mas de aparecer.
Pergunta - E o sr., já foi acusado
de querer apenas aparecer?
Apolinário - É melhor aparecer
com leis do que como ladrão, no
noticiário policial, como boa parte dos políticos.
Pergunta - Como seria a passeata
do orgulho heterossexual?
Apolinário - Não pensei nisso.
Quis apenas chamar a atenção da
sociedade para a quantidade de
leis que defendem os homossexuais. Na Câmara tem dia da lésbica, do orgulho lésbico...Daqui a
pouco, se alguém disser isso tudo
que eu estou falando, vai ser preso.(PS)
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