São Paulo, sábado, 29 de maio de 2010

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Prefeitura ameaça multar empresas

As responsáveis pela coleta, por sua vez, culpam a prefeitura pela sobrecarga das cooperativas de catadores

Segundo a prefeitura, as empresas já foram notificadas 14 vezes e podem receber multas superiores a R$ 1 mi

DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Secretaria Municipal de Serviços informou que vai multar as empresas Loga e Ecourbis por falhas na coleta seletiva de lixo.
Já as empresas culpam a prefeitura pelo problema, pois, segundo elas, as cooperativas "têm operado no limite de sua capacidade".
A solução, na visão das empresas, é a ampliação do número de cooperativas de reciclagem credenciadas para aumentar a capacidade de processamento desse lixo.
Segundo a prefeitura, as empresas já receberam 14 notificações por irregularidades na coleta. Esse é o primeiro passo do processo que pode culminar em multas superiores a R$ 1 milhão.
A prefeitura informou também que, nos próximos três meses, seis novas cooperativas serão credenciadas e, até o fim do ano, outras cinco receberão credencial.
Até dezembro, diz a prefeitura, serão construídas três novas centrais de triagem do lixo reciclável, em convênio com o governo federal.

PARADO
Quando o caminhão da Loga quis descarregar 2,89 toneladas de lixo reciclável na Cooperação, na Vila Leopoldina, às 14h de ontem, teve que esperar.
Como já havia acontecido cinco vezes antes, o galpão da cooperativa estava lotado. Graças ao recolhimento de um carregamento cheio de agulhas, a Loga pôde esvaziar sua coleta seletiva duas horas e meia depois.
Na última terça-feira, isso não foi possível.
O caminhão chegou às 9h e, como não tinha espaço, esperou até as 16h30, por ordem da empresa.
Ainda sem lugar para colocar a carga, a cooperativa entregou uma declaração, seguindo modelo fornecido pela Limpurb, dizendo que não poderia receber o material. E o lixo, então, "dormiu" na garagem da Loga.
Naquele dia, com o caminhão em espera, moradores da Subprefeitura de Pinheiros viram seu lixo reciclável ser recolhido como comum.
É o que observou Antônio Anjos Filho, zelador de um prédio na rua Girassol, na Vila Madalena (zona oeste), que lamentava pelos 1.200 litros de material reciclável, armazenado durante a semana, que foram parar no caminhão de lixo comum.


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