São Paulo, domingo, 29 de junho de 2008

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Sala especial ajuda polícia a solucionar crimes contra crianças em Brasília

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Três anos atrás, uma menina de cinco anos vítima de abusos sexuais foi levada a uma sala repleta de bonecas e de brinquedos pela agente policial Adriana Napoli, 35, com formação em psicologia e há nove anos na DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) do Distrito Federal.
Na porta da sala, chamada de SAT (Sessão de Atendimento Técnico), um bichinho de pelúcia pendurado por Adriana na maçaneta dava a senha aos que estavam do lado de fora: "Favor não incomodar".
A menina brincou um pouco com a agente, passou a chamá-la de "tia Adriana" e, minutos depois, contou que havia sofrido abusos do padrasto. Enquanto isso, do lado de fora, em conversa com a delegada, a mãe da menina insistia em acobertar o marido e fantasiar a existência de uma terceira pessoa.
Após o "depoimento", Adriana deixou a sala e preparou um relatório decisivo para a prisão e condenação do padrasto.
"Primeiro eu analiso bem o caso. Depois entro com a criança na sala, brinco, digo que ela pode falar a verdade e que não precisa ter medo. É tudo feito de uma forma não indutiva, sem plantar palavras na criança", afirma a policial.
Os serviços da SAT, hoje com quatro policiais formadas em psicologia, têm sido solicitados também por outras delegacias do Distrito Federal. Crianças e adolescentes, entretidas com jogos, bonecas e rabiscos, já ajudaram na apuração de diferentes tipos de crimes, incluindo assassinatos.
"Aqui na delegacia jamais a criança fica perto do algoz, para que não haja constrangimento", afirma a delegada-chefe Glaucia Esper, 38. Segundo ela, no ano passado cerca de 900 crianças e adolescentes foram "entrevistados" na SAT. Neste ano, já foram 380. (ES)


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