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Prisão de Marcola terá "gaiolas" em corredores
A reforma visa evitar, por meio de
grades, contato entre agentes e presos
Obras, iniciadas nesta
semana, vão custar cerca de
R$ 180 mil; unidade
prisional é considerada a
mais segura do Estado
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE
DA SUCURSAL DO RIO
Danificado após três tumultos em menos de um mês, os
primeiros registrados na unidade tida como modelo de segurança em São Paulo, o CRP
(Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes está passando por uma
reforma estrutural.
As obras, iniciadas nesta semana com custo de cerca de R$
180 mil e duração de três meses, têm o objetivo de isolar ainda mais os presos no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), restringindo contatos entre agentes, constantemente
ameaçados pelos detentos.
Os alvos das mudanças são os
integrantes da cúpula do PCC
(Primeiro Comando da Capital), inclusive Marcos Willians
Camacho, o Marcola, apontado
como o principal líder da facção
criminosa, que habitam o local.
Nesta semana começaram a
ser feitas divisórias de grades
no corredor central da penitenciária para evitar o contato entre os internos e os agentes.
São três corredores. Um, central, será usado para os agentes
circularem. Pelos outros, laterais, com pouco mais de 1 m de
largura e fechado em sua parte
superior, os presos irão ao parlatório de visitas, à ala de inclusão e ao banho de sol.
Nessa prisão os detentos permanecem isolados durante 22
horas sem direito a visita íntima, rádio, TV, jornais e revistas. Eles têm direito a duas horas de banho de sol, separados
dos demais.
A partir deste final de semana os presos do CRP poderão
receber visitas de parentes.
Terminou ontem o prazo de
um mês da punição imposta pela direção da unidade por conta
de um tumulto no local.
A Secretaria da Administração Penitenciária informou
que a unidade "passa por obras
de reparo e adequação".
Paraguai
Três supostos membros do
PCC foram presos anteontem
na cidade paraguaia de Pedro
Juan Caballero, na fronteira
com o Brasil. Junto com eles,
foi capturado também o traficante brasileiro Marcelo Leandro da Silva, que, segundo a polícia, representaria Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho
Beira-Mar, hoje na penitenciária federal de Catanduvas.
Os suspeitos de integrarem a
facção foram identificados como Paulo Enrique Basílio, Saulo de Oliveira e Rodrigo Fernández de Alencar. Estavam
armados com três pistolas e seguiam rumo a Capitán Bado, cidade fronteiriça com o Brasil.
Segundo o diretor de Operações Anti-Narcóticas da Secretaria Nacional Anti-Drogas do
Paraguai, Luís Rojas, os três são
do PCC, mas não foi divulgada
que tipo de relação eles têm
com a facção. Foram levados
para a Assunção e deverão ser
extraditados para o Brasil.
As prisões reforçam a suspeita da atuação do PCC no Paraguai. A Folha publicou na terça
que membros da facção, com
dívidas com o grupo, estariam
trabalhando na fronteira com o
país vizinho como pistoleiros
para conseguir dinheiro.
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