São Paulo, sábado, 29 de julho de 2006

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Prisão de Marcola terá "gaiolas" em corredores

A reforma visa evitar, por meio de grades, contato entre agentes e presos

Obras, iniciadas nesta semana, vão custar cerca de R$ 180 mil; unidade prisional é considerada a mais segura do Estado


CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE
DA SUCURSAL DO RIO


Danificado após três tumultos em menos de um mês, os primeiros registrados na unidade tida como modelo de segurança em São Paulo, o CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes está passando por uma reforma estrutural.
As obras, iniciadas nesta semana com custo de cerca de R$ 180 mil e duração de três meses, têm o objetivo de isolar ainda mais os presos no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), restringindo contatos entre agentes, constantemente ameaçados pelos detentos.
Os alvos das mudanças são os integrantes da cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital), inclusive Marcos Willians Camacho, o Marcola, apontado como o principal líder da facção criminosa, que habitam o local.
Nesta semana começaram a ser feitas divisórias de grades no corredor central da penitenciária para evitar o contato entre os internos e os agentes.
São três corredores. Um, central, será usado para os agentes circularem. Pelos outros, laterais, com pouco mais de 1 m de largura e fechado em sua parte superior, os presos irão ao parlatório de visitas, à ala de inclusão e ao banho de sol.
Nessa prisão os detentos permanecem isolados durante 22 horas sem direito a visita íntima, rádio, TV, jornais e revistas. Eles têm direito a duas horas de banho de sol, separados dos demais.
A partir deste final de semana os presos do CRP poderão receber visitas de parentes. Terminou ontem o prazo de um mês da punição imposta pela direção da unidade por conta de um tumulto no local.
A Secretaria da Administração Penitenciária informou que a unidade "passa por obras de reparo e adequação".

Paraguai
Três supostos membros do PCC foram presos anteontem na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil. Junto com eles, foi capturado também o traficante brasileiro Marcelo Leandro da Silva, que, segundo a polícia, representaria Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, hoje na penitenciária federal de Catanduvas.
Os suspeitos de integrarem a facção foram identificados como Paulo Enrique Basílio, Saulo de Oliveira e Rodrigo Fernández de Alencar. Estavam armados com três pistolas e seguiam rumo a Capitán Bado, cidade fronteiriça com o Brasil.
Segundo o diretor de Operações Anti-Narcóticas da Secretaria Nacional Anti-Drogas do Paraguai, Luís Rojas, os três são do PCC, mas não foi divulgada que tipo de relação eles têm com a facção. Foram levados para a Assunção e deverão ser extraditados para o Brasil.
As prisões reforçam a suspeita da atuação do PCC no Paraguai. A Folha publicou na terça que membros da facção, com dívidas com o grupo, estariam trabalhando na fronteira com o país vizinho como pistoleiros para conseguir dinheiro.


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