São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2008

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Setor de carga quer aumento de 15% no frete

Associação de empresas calcula que esse é o reajuste necessário para compensar o impacto da restrição aos caminhões

Após primeira derrota na Justiça, associação nacional deve entrar hoje com recurso contra a adoção do rodízio nas marginais


DA REPORTAGEM LOCAL

A NTC & Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) concluiu seus estudos sobre os impactos da restrição aos caminhões adotada pela gestão Gilberto Kassab (DEM) desde 30 de junho e definiu: vai recomendar às empresas que elevem em 15% os preços das entregas na cidade de São Paulo e em outros municípios pelo país com restrições similares.
Segundo Flávio Benatti, presidente da entidade, os cálculos do impacto foram analisados por uma câmara técnica. "O setor é ordeiro. O que tiver que cumprir, vamos cumprir, mas quando tiver que repassar os custos, também", afirmou.
A NTC, que já havia tentado, sem sucesso, barrar na Justiça a inclusão dos caminhões no rodízio das marginais e em outras oito avenidas de São Paulo, deve entrar com recurso hoje para tentar barrar a medida.
O secretário dos Transportes da gestão Gilberto Kassab (DEM), Alexandre de Moraes, diz acreditar que a Justiça se pronunciará "a favor do interesse coletivo de toda a sociedade, e não de alguns setores".
"Das 168 horas, em sete dias da semana, não é razoável que um caminhoneiro não possa se programar para deixar de passar pela cidade por um período de três horas, no dia do rodízio, para colaborar com 11 milhões de pessoas", declarou ele.
O secretário disse que a inclusão dos caminhões no rodízio das marginais, que vale das 7h às 10h e das 17h às 20h, deve melhorar o trânsito nesses horários, mas não necessariamente no restante do dia -quando a lentidão pode até piorar, já que a idéia é que haja uma redistribuição das viagens.
A restrição em vigor desde 30 de junho -que veta a circulação dos caminhões das 5h às 21h numa área dentro do centro expandido- provocou a redução dos congestionamentos especialmente pela manhã. Segundo Moraes, isso ocorreu porque esse período concentra mais as entregas. "É uma observação empírica, ainda precisa ser analisada", ressalvou.
Ontem, a Folha flagrou uma fila de caminhões parados no acostamento da rodovia dos Imigrantes, esperando para entrar na cidade após as 10h.
Porém, tanto a Secretaria dos Transportes quanto a PRE (Polícia Rodoviária Estadual) negaram ter havido represamento de veículos nas rodovias. "Sobrevoei as estradas pela manhã e pela tarde. O trânsito estava fluindo bem", disse Ivan Roncato, capitão da PRE.
Críticos do rodízio temem que a medida incentive rotas de fuga por dentro de bairros além de transtornos com caminhões parados no acostamento de rodovias. O secretário também negou que isso tenha ocorrido ontem. (AI e RS)


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