São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 2011

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Até eu fiquei com medo, diz analista "preso" em trem

Segundo ele, passageiros ficaram meia hora dentro vagão, no escuro e no calor

Escola de inglês na Vila Madalena teve aulas à luz de velas; bar perdeu faturamento do happy hour


DE SÃO PAULO

O analista de sistemas David Fermi, 32, acabara de partir em um vagão do metrô na estação Pinheiros, às 19h30, quando a luz acabou. Por meia hora, as pessoas ficaram esperando, presas no trem parado -"90% sentados, 10% em pé"-, com o ar-condicionado desligado, o ar abafado, no escuro.
A única informação que recebiam, repetidamente, era a voz do alto-falante dizendo que um problema na rede elétrica havia causado a pane, mas que esperavam restabelecer em "poucos minutos"
"Pediram paciência e compreensão. Mas o calor e a espera contribuíram para que as pessoas ficassem agitadas, apreensivas."
Às 20h, uma moça não aguentou a espera e puxou a alavanca de emergência, que abriu as portas.
Fermi calcula que havia cerca de 250 pessoas em três trens, que foram guiadas pelos os trilhos por 200 m, com ajuda de sete funcionários do Metrô. "Até eu fiquei com medo. Havia gente chorando."
Ele só conseguiu seguir para seu destino às 20h55, depois de encontrar um táxi.
A 2 km dali, na Vila Madalena, o gerente do Baróka, Jeová Queiroz, 43, contabilizava os prejuízos causados pela interrupção da luz por 50 minutos. "Esta é a hora do happy hour, quando o bar enche. Perdemos R$ 3.000."
Na rua Mourato Coelho, a escola de inglês Cel Lep cancelou uma aula e três turmas tiveram aulas à luz de velas.
Na Igreja Evangélica de Pinheiros, o pastor se preparava para celebrar o culto à luz de lamparina, mas a energia voltou. "Mas o trânsito ficou ruim e metade não veio", diz o diácono Eldo Andreoli, 56.
O vigilante Antonio Efigêncio, 45, de um condomínio comercial com 150 escritórios em Pinheiros, diz que resgatou quase cem pessoas de oito elevadores.
O Metrô informou que retirou os passageiros dos trens com segurança e que, como o sistema de energia é aéreo, não houve risco de choque na travessia pelos trilhos.


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