São Paulo, quarta, 29 de julho de 1998

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Nova vítima reconhece e acusa o motoboy

da Reportagem Local

A secretária D., 21, reconheceu o motoboy Francisco de Assis Pereira como sendo o homem que a violentou em 9 de junho de 97 no parque do Estado (zona sudeste). Ela depôs anteontem à noite no DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).
Há duas semanas, em contato por telefone com sua família, o motoboy se disse inocente. Segundo o delegado Sérgio Alves, que apura o caso, a secretária afirmou que conheceu o motoboy na fila de um cartório em uma travessa da avenida Paulista (região central).
D. disse que foi abordada por Pereira. Ele teria dito que ela era bonita e perguntado se ela não queria posar para fotografias do catálogo de uma empresa de cosméticos.
Esse foi o mesmo pretexto usado para atrair as outras cinco mulheres que acusaram o motoboy. Uma das mulheres assassinadas no parque, Raquel Mota Rodrigues, 23, também foi atraída ao local com essa proposta.
O motoboy teria pedido o telefone da secretária e marcado um encontro, às 19h30, na estação São Judas do metrô (zona sudoeste). Ao revê-la, Pereira teria dito que ia receber um cachê de R$ 150 para levá-la ao parque e ela ganharia R$ 200 pelas fotografias.
Os dois foram de motocicleta até a mata. De acordo com ela, quando chegaram ao km 16 da rodovia Imigrantes, o comportamento do motoboy se transformou. Agindo violentamente, ele a obrigou a entrar na trilha da mata.
Após uma longa caminhada, disse D., ele a obrigou a praticar sexo oral e anal e também a teria espancado. A secretária disse que permaneceu várias horas como refém do motoboy.
Antes de deixá-la, Pereira a teria amarrado com as mãos para trás. "Ele disse que ia deixar o nó frouxo para que ela pudesse soltá-lo", afirmou o delegado.
Segundo ele, o acusado disse também para a vítima que ela só não ia morrer porque havia sido "boazinha", mas que a mataria caso ela tentasse segui-lo.
A secretária conseguiu se soltar e, ao sair da mata, apanhou um ônibus e foi para casa. Ao depor, ela disse que, na época, não registrou a queixa do caso porque foi destratada pelos policiais que estavam de plantão na delegacia do bairro onde mora. (MG)



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