São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Leão & Leão diz que só vai se pronunciar depois de o resultado ser oficializado

DA FOLHA RIBEIRÃO

A Leão & Leão, empresa com sede em Ribeirão Preto, não quis se pronunciar ontem sobre o fato de ter vencido a concorrência em São Paulo para a varrição de ruas do lote 1, que inclui a região central.
No início da noite de ontem, a empreiteira informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só vai se manifestar após o resultado da licitação ser oficializado pela Prefeitura de São Paulo.
Nos últimos anos, a empreiteira esteve no centro de alguns escândalos na região de Ribeirão Preto. Um deles envolveu o ex-ministro da Fazenda e ex-prefeito de Ribeirão Preto Antonio Palocci Filho (PT). No último dia 19, a Polícia Civil de Ribeirão pediu, após um ano e um mês de investigações, a prisão preventiva de Palocci e de mais nove pessoas, entre elas ex-funcionários da Leão, por participação no esquema que foi chamado de "máfia do lixo".
No inquérito, os dez são acusados de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, falsidade ideológica e peculato.
O pedido foi feito no relatório final do inquérito que investigou supostas fraudes no contrato com a Leão & Leão e superfaturamento da limpeza pública na administração de Palocci e do sucessor Gilberto Maggioni.
A investigação teve início em agosto do ano passado, quando o advogado Rogério Buratti, ex-secretário de Governo de Palocci em seu primeiro mandato em Ribeirão (1993-96), disse que Palocci tinha recebido propina de R$ 50 mil mensais da empreiteira entre 2001 e 2002, quando era prefeito.
No período, Buratti era diretor da Leão & Leão e presidente da Leão Ambiental, unidade do grupo responsável pela limpeza urbana. Palocci e a Leão negaram o pagamento.
Em outro episódio, documentos apreendidos pelo Ministério Público Estadual e pela Polícia Civil na sede da Leão & Leão mostram o "mapa das licitações". Os documentos da Leão Ambiental descrevem o andamento de licitações em São Paulo e Minas Gerais em 2003 e 2004.
Em nove localidades, os comentários sugeriam acordos entre empreiteiras e/ ou com as prefeituras. Em cinco das cidades, o resultado das licitações coincidiu com a descrição da planilha da Leão. A empresa negou qualquer irregularidade. (MARCELO TOLEDO)


Texto Anterior: Saiba mais: Problemas travam disputa desde 2002
Próximo Texto: Insatisfeito com palco, Niemeyer veta teatro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.