São Paulo, sábado, 29 de setembro de 2007

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Homens divorciados se casam mais que mulheres

JANAINA LAGE
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Homens divorciados se casam mais do que as mulheres na mesma situação, segundo o IBGE. O instituto também mostra que os separados e viúvos estão "roubando" o espaço do solteiros nas uniões registradas no cartórios.
Aumentou o número de casamentos entre divorciados e mulheres solteiras -de 4,1% do total de uniões em 1995 para 6,3% em 2005. É o tipo de arranjo mais comum depois dos casamentos entre solteiros.
Também aumentou o número de divorciadas que se casam com solteiros -1,7% em 1996 para 3,1% em 2006. Os divorciados também passaram a se casar mais entre si: 2% do total de uniões registradas em 2006, contra 0,9% em 1996.
"Todos esses arranjos envolvendo divorciados avançaram sobre a forma mais comum de união, que é entre pessoas solteiras", disse Claudio Dutra Crespo, técnico do IBGE.
As uniões entre homens e mulheres solteiros são ainda majoritárias -85,9% do total de casamentos realizados em 2005, segundo a Síntese de Indicadores Sociais, do IBGE. Ano a ano, porém, o percentual cai. Era de 91,2% em 1996.
O instituto pesquisa sempre o número de uniões anuais e os arranjos-solteiros entre si etc.
Nos dois últimos anos, após longo período de queda, a taxa de casamentos voltou a crescer -ou seja, as pessoas estão se casando mais no país.
O número de casamentos a cada 1.000 pessoas subiu de 6,2% em 2004 para 6,3% em 2005. Em 2003, havia sido de 5,8%. Em 1995, ficara em 6,8%. A idade média dos homens no primeiro casamento era de 28 anos e, das mulheres, 25.
Ainda assim, os divórcios ainda crescem num ritmo mais acelerado do que os matrimônios. O total de separações aumentou 7,4%, enquanto o de casamentos subiu 3,6%.
Segundo o IBGE, a maioria dos divórcios ocorre de forma consensual. Dentre os que acabam de modo litigioso, as causas mais freqüentes são a violência e o adultério: 45% das separações foram provocadas por "conduta desonrosa" ou "grave violação do casamento" e ocorreram por pedido da mulher.
O Sudeste foi a região onde mais cresceu o número de separações (21,8%). Segundo o instituto, em 2005, a taxa de divórcios atingiu 1,3 por 1.000, o que representa uma expansão ante os últimos anos -desde 1990, ela se mantinha na faixa de 1 por 1.000.
"A violência contra a mulher é ainda um problema muito grande, que leva ao fim de muitas uniões", disse Ana Lúcia Sabóia, coordenadora da Síntese de Indicadores Sociais.


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