DA AGÊNCIA FOLHA

O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), pediu desculpas ontem pela ação da Polícia Militar do Estado que deixou na quarta-feira um turista espanhol paraplégico e outras duas pessoas feridas em Fortaleza.
Por meio de sua assessoria, o governador disse que, "como cidadão, considera que houve excesso de força", mas que "não irá fazer um prejulgamento antes da conclusão do inquérito, pois a polícia atua sob pressão em situações como essa". Ele chegou a visitar as vítimas no Hospital Monte Klinikum. Disse que, se for comprovada a culpa dos envolvidos, haverá "punição exemplar".
O espanhol Marcelino Ruiz Pompeu, 38, que ficou paraplégico, continua internado na UTI. O projétil continua alojado em sua coluna. A cirurgia para a retirada não foi feita porque havia a possibilidade de piora do quadro.
A noiva do turista, que não saiu ferida, continua em estado de choque. A cearense Denise Brancati, 34, teve alta. Seu marido, o italiano Inocenzo Brancati, 39, fez uma cirurgia no braço esquerdo, onde foi baleado.
Os quatro estavam dentro de uma camionete Hilux preta, que foi confundida por policiais durante uma operação na quarta à noite para prender assaltantes. Foram disparados ao menos 25 tiros contra o carro. Os ladrões dirigiam uma S10 vinho.
Amigo e advogado da família Brancati, Leandro Vásques afirmou ontem que irá ajuizar uma ação indenizatória contra o Estado. A assessoria do governo disse que esse assunto ainda não foi discutido.
A delegada Rosicleide de Castro solicitou o acompanhamento do caso pelo Ministério Público.
Será feita uma perícia na Hilux. Os sete policiais envolvidos foram afastados do trabalho ostensivo e passaram por exames residuográficos, que verificam restos de pólvora. (THIAGO REIS)


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