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SAÚDE
Novo presidente da Associação Médica Brasileira, Luiz Amaral, quer vestibular mais restrito e mais anos de especialização
Formação de médico é fraca, diz dirigente
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Do vestibular à especialização, a
formação dos médicos no Brasil
ainda é insatisfatória, afirma José
Luiz Gomes do Amaral, 55, que
ontem assumiu a presidência da
Associação Médica Brasileira.
Segundo ele, que até quinta-feira desta semana dirigia a Associação Paulista de Medicina, a entidade pressionará o governo para
que sejam diminuídas as vagas de
cursos e para que avaliações aprofundadas aconteçam durante todo os anos letivos, e não só no último -recentemente o Conselho
Regional de Medicina do Estado
de São Paulo fez um primeiro exame com os estudantes.
Outro problema visado, diz o
novo presidente, são as transferências de alunos de cursos mais
fracos, principalmente de outros
países da América Latina, para
cursos de excelência do Brasil -o
que, afirma, costuma ocorrer a
partir do segundo ano das Faculdades de Medicina.
A entidade também está em
alerta para os problemas após a
graduação. Afirma que muitos
programas de residência que estão sendo criados visam a obtenção de mão-de-obra barata para
hospitais, e não a formação de
bons profissionais.
A AMB, disse ainda Amaral,
continuará a lutar pelo aumento
do número de anos de residência
para os médicos.
"O Brasil ainda tem um nível
muito baixo em relação à Europa,
onde um especialista nunca tem
menos de cinco anos de residência. Aqui, raramente os cursos são
superiores a três anos. Não posso
aceitar que somos mais rápidos."
Uma das esperanças do novo
dirigente é que, a partir do ano
que vem, os próprios profissionais busquem o aperfeiçoamento.
Em 2006, começa a valer um sistema de pontuação do conselho
federal da classe para que o médico tenha direito a um certificado
de que está atualizado. A cada
curso ou congresso realizado, ele
receberá pontos. Terá de chegar a
cem para ter o atestado. O país
tem hoje mais de 300 mil médicos.
"Meu título, de 78, não é capaz de
refletir minha competência atual.
Nenhum dos anestésicos daquela
época é usado hoje", disse.
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