São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2006

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Internet e TV iniciam os jovens no mundo do pôquer

Influenciados por torneios com prêmios milionários, eles buscam casas de carteado

História de jogador que ganhou US$ 2,5 milhões se espalhou pela rede e causou boom de inscrições em competições mundiais

DA REPORTAGEM LOCAL

Internet e televisão foram a porta de entrada dos jovens no mundo do pôquer. O marco da explosão da jogatina foi 2003, quando um jogador conhecido como "Chris Moneymaker" ("Chris Criador de Dinheiro") conseguiu se classificar para um torneio mundial e venceu a competição, levando para casa um total de US$ 2,5 milhões (R$ 5,5 milhões).
"Com a história do Moneymaker se espalhando pela rede, a molecada pensou: se ele conseguiu, eu também consigo", diz Sérgio Prado, produtor dos programas de pôquer transmitidos pela ESPN Brasil e colunista do site da emissora.
Prado conta que, no ano seguinte à vitória de Moneymaker, o número de inscritos nos torneios mundiais de pôquer praticamente dobrou, assim como o valor da premiação. E esses números só aumentaram desde então.
Em 2006, o WSOP (World Series of Poker), um dos maiores campeonatos mundiais, também transmitido pela ESPN, distribuiu um total de prêmios de US$ 90 milhões (R$ 198 milhões). O primeiro colocado levou, sozinho, US$ 12 milhões. Para se ter uma idéia, o 12º recebeu US$ 1 milhão.

Casas de carteado
Agora, os jovens começam a arriscar a sorte nas casas de carteado, locais que, até o surgimento dessa onda, eram quase exclusivos de jogadores da terceira idade.
No Texas Tatuapé, localizado na rua Tuiuti, 2.117, zona leste de São Paulo, de 60 freqüentadores que enchiam as mesas de jogos na última quinta-feira, 20 tinham até 25 anos. Muitos deles usavam os bonés e os óculos escuros adolescentes como auxiliares nas estratégias de despiste típicas do pôquer.
Um jogador veterano, habitué de cassinos em Punta del Leste (Uruguai) e Ciudad del Leste (Paraguai), além de Las Vegas (EUA), admitiu que a chegada dos meninos assusta a clientela tradicional. "Eles estão acostumados a jogar desde crianças. Além disso, são aplicados e estudiosos. Devoram a farta bibliografia sobre pôquer, em que se destacam obras como "A Teoria do Pôquer", "Por que Você Perde no Pôquer", ou "Zen e a Arte do Pôquer", sempre em inglês. A maioria dos jogadores mais velhos aprendeu por tentativa e erro, muito mais limitado." (MARIANA TAMARI)


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