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Internet e TV iniciam os jovens no mundo do pôquer
Influenciados por torneios com prêmios milionários, eles buscam casas de carteado
História de jogador que ganhou US$ 2,5 milhões se espalhou pela rede e causou boom de inscrições em competições mundiais
DA REPORTAGEM LOCAL
Internet e televisão foram a
porta de entrada dos jovens no
mundo do pôquer. O marco da
explosão da jogatina foi 2003,
quando um jogador conhecido
como "Chris Moneymaker"
("Chris Criador de Dinheiro")
conseguiu se classificar para
um torneio mundial e venceu a
competição, levando para casa
um total de US$ 2,5 milhões
(R$ 5,5 milhões).
"Com a história do Moneymaker se espalhando pela rede,
a molecada pensou: se ele conseguiu, eu também consigo",
diz Sérgio Prado, produtor dos
programas de pôquer transmitidos pela ESPN Brasil e colunista do site da emissora.
Prado conta que, no ano seguinte à vitória de Moneymaker, o número de inscritos nos
torneios mundiais de pôquer
praticamente dobrou, assim
como o valor da premiação. E
esses números só aumentaram
desde então.
Em 2006, o WSOP (World
Series of Poker), um dos maiores campeonatos mundiais,
também transmitido pela
ESPN, distribuiu um total de
prêmios de US$ 90 milhões (R$
198 milhões). O primeiro colocado levou, sozinho, US$ 12 milhões. Para se ter uma idéia, o
12º recebeu US$ 1 milhão.
Casas de carteado
Agora, os jovens começam a
arriscar a sorte nas casas de
carteado, locais que, até o surgimento dessa onda, eram quase
exclusivos de jogadores da terceira idade.
No Texas Tatuapé, localizado
na rua Tuiuti, 2.117, zona leste
de São Paulo, de 60 freqüentadores que enchiam as mesas de
jogos na última quinta-feira, 20
tinham até 25 anos. Muitos deles usavam os bonés e os óculos
escuros adolescentes como auxiliares nas estratégias de despiste típicas do pôquer.
Um jogador veterano, habitué de cassinos em Punta del
Leste (Uruguai) e Ciudad del
Leste (Paraguai), além de Las
Vegas (EUA), admitiu que a
chegada dos meninos assusta a
clientela tradicional. "Eles estão acostumados a jogar desde
crianças. Além disso, são aplicados e estudiosos. Devoram a
farta bibliografia sobre pôquer,
em que se destacam obras como "A Teoria do Pôquer", "Por
que Você Perde no Pôquer", ou
"Zen e a Arte do Pôquer", sempre em inglês. A maioria dos jogadores mais velhos aprendeu
por tentativa e erro, muito mais
limitado."
(MARIANA TAMARI)
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