Após trânsito caótico semana passada, uma das pistas abrirá nos dois sentidos em horários diferentes

Entre as 5h e as 15h, via estará liberada para quem segue para a zona norte; a partir das 16h até as 24h, o sentido será invertido

DA SUCURSAL DO RIO

Depois de cinco dias interditado, o túnel Rebouças, no Rio de Janeiro, terá hoje uma de suas pistas reaberta. É uma tentativa da Prefeitura do Rio de diminuir o caos no trânsito nas principais vias de ligação entre as zonas sul e norte da cidade e no acesso ao centro.
A pista funcionará das 5h às 15h no sentido da zona sul para a norte e das 16h às 24h em direção contrária. Entre as 15h e as 16h, a via fica fechada para a inversão de mão. De madrugada, fecha para facilitar as obras.
A cidade teve ontem um dia de caos no trânsito nas vias alternativas, como o túnel Santa Bárbara e a praia do Flamengo.
No Cosme Velho, onde fica um dos acessos ao Rebouças na zona sul, o trânsito ficou lento com a comemoração do dia de são Judas Tadeu. A enseada de Botafogo foi fechada a partir das 17h para um desfile da escola de samba São Clemente. Segundo o secretário municipal de Transportes, Arolde de Oliveira (DEM-RJ), não havia como cancelar o evento. "Não vamos deixar o problema do Rebouças, que é mais circunscrito à população motorizada, mexer no resto da cidade, porque existem compromissos de turismo, patrocínio etc. Decidimos que a cidade continuaria com todos os seus eventos, já prevendo que teríamos problemas no trânsito no fim da tarde."
O Rebouças foi fechado na última terça-feira à noite. Um deslizamento de terra, em conseqüência das chuvas, encobriu totalmente a entrada da galeria no sentido sul-norte.
Segundo o secretário municipal de Obras, Eider Dantas, 6.000 toneladas de terra já foram retiradas. Ele prevê a liberação total na terça ou quarta-feira, mas a previsão depende de não chover forte.
As causas do deslizamento só serão divulgadas oficialmente em 4 de novembro, quando a Geo-Rio (responsável pela contenção de encostas) entregará um relatório ao prefeito.
Ontem, o secretário municipal de Obras encontrou uma rachadura num cano de água que passa pela encosta em cima do túnel e disse que poderia estar entre as possíveis causas do deslizamento. O presidente da Cedae (Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro), Wagner Victer, afirmou que a declaração era uma "piada de mau gosto". "Uma tubulação de PVC de duas polegadas é menor do que uma caixa de fósforos. Se tubulações rachadas derrubassem encostas, não existia uma favela em pé no Rio de Janeiro", disse.


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