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Ato contra "Rodeio das Gordas" pede fim da ditadura da beleza
Protesto no campus de Assis reuniu aproximadamente 200 estudantes que exigem punição aos participantes
Para aluna de história, "rodeio" é "fragmento de pensamento fascista que se dissemina
pela universidade"
DANIEL BERGAMASCO
EDITOR-ADJUNTO DE COTIDIANO
Em meio a quase 200 alunos, a maioria mulheres, no
campus da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em
Assis, uma garota leva nas
mãos um bebê de plástico e o
cartaz com a frase "Ser mulher não é ser uma boneca!".
Outra pintou em sua camiseta: "Abaixo a ditadura da
beleza".
O protesto era contra a realização do "Rodeio das Gordas", ocorrido na festa dos
jogos InterUnesp 2010.
O "vencedor" era quem
mantivesse garota presa nos
braços por mais tempo, após
dizer a frase "Você é a menina mais gorda que eu já vi na
vida!".
Após a manifestação, parte dos alunos passou a tarde
aguardando o fim da reunião
da Congregação de Alunos,
Professores e Funcionários,
que durou pouco menos de
três horas. Alguns tentavam,
do lado de fora da sala, ouvir
o que era discutido.
"O movimento de repúdio
surgiu assim que soubemos
desse "rodeio". São fragmentos de um pensamento fascista que está se disseminando na universidade", afirma
Glayce Marina Ferreira, 21,
aluna de história.
Para Letícia de Oliveira,
20, que estuda na Unesp de
Marília e foi a Assis para o
protesto, o fato de o caso ter
acontecido em uma universidade pública de prestígio coloca em xeque o conceito de
elite de conhecimento.
"Isso só mostra como o
vestibular não seleciona qualidade intelectual, mas sim
quem pode pagar por uma
boa escola, um bom cursinho. Saber matemática não é
sinônimo de ter respeito."
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