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Música e teatro servem de terapia
da enviada especial
A recuperação dos pacientes do
Santa Rita do Passa Quatro começou com um trabalho realizado
em 96: música e teatro.
A equipe procurava estimular os
moradores com encenações e cantigas que os fizessem recordar o
passado e assim se preparar para
recuperar a identidade.
"Foi um trabalho bonito. De repente, com uma cantiga de roda,
dessas que crianças cantam, eles
lembravam de fragmentos da vida
deles", diz Elaine Maria Covre.
Ela afirma que, nos primeiros
momentos, a lembrança provocava tristeza nos pacientes.
"Era muito doloroso reconstituir toda a situação por que tinham passado até então. Lembrar
que um dia tiveram pais, mães, filhos, irmãos e estavam vivendo
isoladamente."
Das cantigas conhecidas, os pacientes passaram a criar músicas
para contar a sua história.
O resultado de algumas lembranças está publicado no livro
"Num Mundo sem Princípio e
nem Fim... As Estrelas São
Azuis", que ainda não foi publicado por falta de patrocínio. O
projeto do livro foi feito pela Associação Jequitibá.
Fazenda
Uma das pacientes, Maria Nogueira, é um exemplo da alienação
em que vivem alguns dos pacientes. Ela não tem idéia de sua idade,
mas sabe que viveu em uma fazenda há muito tempo. Mantém um
desenho dessa propriedade pregado na parede de seu quarto.
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