São Paulo, domingo, 29 de novembro de 1998

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Música e teatro servem de terapia

da enviada especial

A recuperação dos pacientes do Santa Rita do Passa Quatro começou com um trabalho realizado em 96: música e teatro.
A equipe procurava estimular os moradores com encenações e cantigas que os fizessem recordar o passado e assim se preparar para recuperar a identidade.
"Foi um trabalho bonito. De repente, com uma cantiga de roda, dessas que crianças cantam, eles lembravam de fragmentos da vida deles", diz Elaine Maria Covre.
Ela afirma que, nos primeiros momentos, a lembrança provocava tristeza nos pacientes.
"Era muito doloroso reconstituir toda a situação por que tinham passado até então. Lembrar que um dia tiveram pais, mães, filhos, irmãos e estavam vivendo isoladamente."
Das cantigas conhecidas, os pacientes passaram a criar músicas para contar a sua história.
O resultado de algumas lembranças está publicado no livro "Num Mundo sem Princípio e nem Fim... As Estrelas São Azuis", que ainda não foi publicado por falta de patrocínio. O projeto do livro foi feito pela Associação Jequitibá.
Fazenda
Uma das pacientes, Maria Nogueira, é um exemplo da alienação em que vivem alguns dos pacientes. Ela não tem idéia de sua idade, mas sabe que viveu em uma fazenda há muito tempo. Mantém um desenho dessa propriedade pregado na parede de seu quarto.



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