MALU GASPAR
da Reportagem Local

Os serviços de saúde não estão preparados para detectar, nos pacientes que recebem, transtornos como depressão, ansiedade, dependência química ou fobias.
Chamados de transtornos mentais leves, eles não podem ser considerados doenças, mas trazem problemas que atrapalham a saúde, o desenvolvimento profissional e pessoal e até a vida social.
Ao consultar um médico, tais pacientes são tratados como se tivessem doenças comuns.
"Os médicos não estão preocupados em diagnosticar se algum dos sintomas físicos do paciente tem a ver com problemas psicológicos", diz a psiquiatra Laura Silveira Guerra de Andrade, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
O trabalho que Laura fez em 95 e 96 na região de Pinheiros, em São Paulo, detecta esse problema. A pesquisa, feita com 1.464 pessoas, mostrou que apenas um quarto das pessoas que tiveram transtorno mental e passaram por serviços de saúde um mês antes de responder os questionários contaram com ajuda psicológica.
E mais: o levantamento mostrou que 46% da população daquele local já teve algum tipo de transtorno mental ao longo da vida.
Para ela médicos e enfermeiros não sabem como diagnosticar tais transtornos.



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