|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRANSPORTES
Alckmin vai propor a liberação de publicidade nas margens das rodovias e o uso dessa receita para reduzir a tarifa
SP tenta baixar pedágio em ano eleitoral
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), vai enviar
um projeto de lei à Assembléia
Legislativa que flexibiliza a colocação de publicidade nas margens
das rodovias paulistas e prevê a
utilização dessa receita para reduzir as tarifas dos pedágios.
O projeto está sendo elaborado
pela Artesp (Agência Reguladora
de Serviços Públicos Delegados
de Transportes do Estado de São
Paulo), em parceria com a Secretaria de Governo. Alckmin quer
enviá-lo para a análise dos deputados no mês que vem e espera
que ele seja colocado em prática
neste ano de eleições.
A proposta de Alckmin tenta
amenizar uma das principais críticas à gestão tucana no setor de
transportes. A quantidade excessiva de praças de pedágio -que
aumentaram de 28 para 80 desde
1998- e as tarifas elevadas são as
principais reclamações dos usuários desde a implantação do Programa de Concessões de Rodovias, que repassou para a iniciativa privada 3.500 km da malha rodoviária do Estado de 22 mil km.
O projeto substituiria a lei 8.900,
de 1994, do ex-deputado Silvio
Martini, que proíbe a existência
de publicidade na faixa de terra a
uma distância de 5 metros a 30
metros do acostamento, dependendo da rodovia.
A alteração dessa lei é debatida
entre concessionárias e governo
do Estado há mais de três anos,
mas só agora deve sair do papel. O
Estado ainda não divulgou qual é
a estimativa de arrecadação com a
exploração da publicidade nas rodovias e qual seria a possível redução da tarifa. A análise da ABCR
(Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), porém,
não é das mais otimistas.
O diretor-presidente da entidade, Moacyr Duarte, diz que já
existe essa permissão em rodovias
federais e de outros Estados, mas
que as receitas acessórias (nas
quais a publicidade está embutida) representam de 3% a 5% da
arrecadação com pedágios.
"A proporção não é expressiva a
ponto de propiciar uma queda da
tarifa", afirma Duarte. Ele também aponta restrições que impedem uma arrecadação maior com
a publicidade nas estradas.
"Não significa que vai poder encher de outdoor na beira da pista.
Existem regras que precisarão ser
obedecidas para garantir a segurança do tráfego e para não desviar a atenção dos motoristas."
O projeto de Alckmin é a segunda tentativa de reduzir as críticas
aos pedágios de São Paulo. Desde
os últimos meses de 2001, ele tenta
diminuir a tarifa dos pedágios das
marginais da Castelo Branco, sob
responsabilidade da Viaoeste, de
R$ 3,50 para R$ 1,60.
Texto Anterior: Menino foi morto quando brincava Próximo Texto: Contrato sem licitação é anulado Índice
|