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Desconhecidos ganham nome e documentos
DA REPORTAGEM LOCAL
Os pacientes desconhecidos,
que chegam aos hospitais sem nenhum documento ou referência
familiar, chamaram a atenção da
saúde pública, que começa a tomar medidas mais firmes para
dar conta do problema, como até
mesmo dar uma nova identidade
a quem não tem nem um nome.
A Santa Casa de São Paulo há
anos passa por dificuldades para
identificar pacientes. Diante da
ausência de respostas das famílias, o serviço social do Hospital
Geriátrico e de Convalescentes
Dom Pedro 2º, que abriga 45 desconhecidos, encaminhou à Justiça
pedidos para a confecção de certidões de nascimento tardias. Dessa
forma, os pacientes ganham oficialmente um nome.
Seu Fernando, que está há 30
anos no hospital, não fala e sofre
de comprometimento neurológico. Já teve sua foto divulgada em
sites da Polícia Civil, mas ninguém o reconheceu.
O hospital de retaguarda de Suzano (Grande São Paulo), que dá
suporte ao Hospital das Clínicas
da USP, vem anunciando a existência de pacientes desconhecidos pela televisão. Hoje restam
dois pacientes "abandonados" no
local: um senhor que aparenta 50
anos, de pele e olhos claros, que
está há dez no hospital. E um rapaz negro muito jovem que, ouvido pela reportagem, não soube dizer de onde é.
No ano passado, após o sucesso
do Hospital São Paulo, que conseguiu localizar a família de um paciente por meio de ampla divulgação na mídia, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo disponibilizou seu site (www.saude.sp.gov.br) para a divulgação
de informações sobre pacientes
desconhecidos de qualquer unidade de saúde. Trinta pessoas já
estão registradas. Desde dezembro de 2005, no entanto, apenas
seis foram identificadas.
(FL)
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