São Paulo, domingo, 30 de abril de 2006

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Baiano fez fama entre migrantes nordestinos na capital paulista

DA REVISTA DA FOLHA

A hora e a vez do baiano Nélson Dantas tardou, mas chegou. Nascido e criado até os 14 anos em uma cidade chamada Araci ("pode procurar no mapa, tá lá"), a 210 km de Salvador, ele chegou a São Paulo só com o endereço de um irmão zelador. Hoje, aos 47, formado em ciências contábeis, casado cinco vezes, pai de três filhos, administrador de três estacionamentos e produtor musical, pode refestelar-se nas benesses da fama alcançada entre os "nordestinos que vieram de baixo".
A expressão é utilizada pelo próprio Dantas, que há quase dez anos tornou-se o diretor do Centro de Tradição Nordestina (CTN), espaço que atrai todos os fins de semana uma média de 20 mil pessoas para festas com música regional, comes e bebes.
Não há ninguém ali que não o conheça. "A maior satisfação para mim é ver esse povo simples, às vezes gente de idade, de chinelo de dedo, dançando até as 3h", diz Dantas que, pela postura e o indefectível sotaque, se assemelha a um ACM do CTN.
Ao mesmo tempo querido e temido pela autoridade, o baiano não costuma pedir duas vezes quando quer alguma coisa e tem sempre um pequeno séquito para realizar suas vontades. "Ô, meu filho, traga aquele chapéu "preu" fazer a foto", diz, sem olhar especificamente para nenhum dos três auxiliares que estão por perto, mas esperando que algum deles faça o que ele pede.
"Sou muito sério aqui, tenho de ter uma postura comercial e por isso não danço. Mas, quando saio e vou para outros lugares, dou minhas cacetadas", diz ele, que conheceu sua quinta mulher, 22 anos mais nova, na pista do CTN.
Vaidoso e cônscio de sua elegância, o empresário veste uma camisa de gola olímpica verde-musgo, blazer azul-marinho e calça de veludo marrom. "Disso eu não abro mão, adoro uma roupa de marca", afirma. A expressão "roupa de marca" é usada apenas para sinalizar peças que considera de qualidade. Nada é de grife. "Não é caro, é bom", explica.


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