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Falta médico nas regiões Norte e Nordeste do país, diz estudo
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
Como resultado da maior rigidez na autorização para abertura de cursos médicos, enquanto o número de concluintes no ensino superior teve
crescimento de 200% de 1994 a
2006, a variação entre alunos
formados em cursos de medicina foi de apenas 36%, segundo
o Censo da Educação Superior.
O levantamento mostra também que a formação continua
concentrada no Sudeste. Em
2006, os quatro Estados dessa
região representavam 43% da
população, mas tinham 59%
dos formados em medicina.
Já as regiões Norte e Nordeste (que respondem, juntas, por
36% da população) formaram
apenas 21% dos médicos.
Essa discrepância entre o número de formados e a população acaba se refletindo na relação de médicos por habitante.
Um estudo divulgado neste
mês pelo Centro de Políticas
Sociais da FGV mostra que o
Distrito Federal (um profissional para 292 habitantes), o Rio
(um para 299) e São Paulo (um
para 448) têm a maior proporção de médicos no país.
No outro extremo, estão o
Maranhão (1 para 1.786 habitantes), o Pará (1 para 1.351) e o
Piauí (1 para 1.282).
Esse estudo, realizado pelo
economista Marcelo Neri, concluía que o país enfrentava escassez de médicos e que deveria
ser feito um esforço para formar mais profissionais. Neri
comparou a partir de pesquisas
do IBGE indicadores do mercado de trabalho para 31 carreiras. Os médicos foram os que
apresentam maiores rendimentos (R$ 6.270 em 2000), a
maior ocupação (90% estão
empregados) e a maior jornada
(50 horas semanais). Ele também comparou, baseado em estatísticas da ONU, o número de
médicos por habitantes no Brasil com outros países. O país está na 84ª posição entre 174 nações. A maior proporção de médicos ocorre em Cuba (1 para
169 habitantes).
A presidente do Conselho
Regional de Medicina do Rio,
Márcia Rosa de Araújo, disse
concordar em parte com as
conclusões da pesquisa. Segundo ela, é preocupante o número
de novos cursos de medicina
criados todo ano, o que põe em
risco a qualidade da formação.
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