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VIOLÊNCIA
Universitário era acusado de tráfico
Rapaz é morto
em confronto
com polícia
ANTONIO FLÁVIO ARANTES
da Agência Folha, em Curitiba
O estudante de biologia Rafael
Rodrigo Zanella, 20, foi morto anteontem em Curitiba (PR) com um
tiro na cabeça após confronto com
policias civis. A perícia vai dizer se
o tiro que matou o estudante foi
disparado pela polícia.
Esse é o segundo assassinato em
cinco dias em Curitiba envolvendo
policiais civis. O empresário Marco Fracaro, 38, foi morto no domingo. O detetive Carlos Kutz, 38,
confessou o crime, segundo o delegado Vinícius Martins.
Kutz, sua mulher Reny de Oliveira e o funcionário de Reny, Maurício Merotto, 21, estão presos.
Rafael Zanella foi morto acusado
de tráfico de drogas. Segundo os
policiais, após denúncia de que o
estudante traficava maconha no
bairro Santa Felicidade, foram até
o local. Encontraram um Escort
onde estavam o estudante e mais
três rapazes. Os detetives deram
voz de prisão.
Em seguida, ouviram dois disparos. Um teria saído do Escort e outro, de um Gol estacionado na
frente do Escort. Os detetives também atiraram. "Não sabemos se
foi o tiro dos detetives ou do Gol
que matou o estudante", disse o
delegado Francisco Costa. Segundo ele, o motorista do Gol fugiu.
No Escort, a polícia diz ter encontrado 500 gramas de maconha.
Os três detetives foram afastados
até que o caso seja apurado.
A Agência Folha não conseguiu
ouvir ontem a família do estudante. Segundo o delegado Silvan
Rodney Pereira, a família o descreveu como uma pessoa tranquila.
O empresário Marco Fracaro foi
morto no domingo depois de um
encontro com Reny Oliveira, mulher do detetive Kutz. Kutz confessou o crime à polícia.
Segundo a polícia, ela convidou
o empresário a ir até o bar que tem
em Colombo, na Grande Curitiba.
Lá, Fracaro foi rendido pelo detetive e o funcionário do bar, que
exigiram dinheiro. Como ele dizia
não ter, foram até a casa do empresário, onde o obrigaram a assinar
uma folha de cheque e o documento de transferência de seu carro.
O empresário foi morto a tiros
num matagal. No dia seguinte, o
detetive tentou descontar o cheque no valor de R$ 10 mil. Como o
caixa demorou, ele fugiu, mas deixou a identidade falsa com sua foto. Exame confirmou que a letra
do cheque era de Kutz.
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