São Paulo, sábado, 30 de maio de 2009

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Hospital da Unicamp transfere grávidas para outras unidades

Hospital da Mulher recusou 3 gestantes prestes a dar à luz; internações foram suspensas após contaminação de bebês

GUSTAVO HENNEMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

Referência em partos em Campinas, o Hospital da Mulher da Unicamp -que teve as internações na maternidade suspensas após a contaminação de 16 bebês por um vírus respiratório- está tendo que direcionar as gestantes que chegam já em trabalho de parto para outros hospitais.
Ontem, três mulheres passaram por isso, entre elas Michele Oriel, 18, grávida de nove meses. Por volta das 14h de ontem, ela chegou ao pronto-socorro já para ganhar o bebê, mas teve que se segurar até chegar a uma outra maternidade.
Outra grávida, que já estava internada e não pôde adiar o parto, teve que ser transferida para outra cidade. Elisangela Maria de Oliveira, 32, estava no hospital de Campinas por apresentar gravidez de risco. Com oito meses de gestação, ela não pôde esperar até a reabertura da UTI para ganhar o filho -às 12h, foi levada de ambulância para Jaguariúna, onde mora.
Segundo a diretora-adjunta do hospital, Angela Maria Bacha, na quinta, o número de gestantes em início de trabalho de parto que tiveram que ser direcionadas a outras unidades foi ainda maior. No entanto, se ocorrer alguma situação de emergência e o parto não puder esperar, ele será realizado no hospital, segundo Bacha.
São feitos, normalmente, dez partos por dia no hospital.
Sobre a morte de um bebê contaminado no dia 24 de maio, Bacha diz que o vírus pode ter encurtado a sobrevida da criança, mas que o óbito foi causado por outros problemas graves, cardíacos e neurológicos, preexistentes. Um outro bebê recebeu alta.
Dos 14 bebês contaminados com o vírus sincicial que seguem internados na UTI, dois continuam em estado grave e 12 estão em situação delicada, mas não correm risco de morte. Outros 12, que não apresentaram os sintomas, mas tiveram contato com bebês contaminados, também seguem isolados e em observação.
Ontem, o dia foi de alívio para a mãe de Paulo Rogério, de 22 dias, que foi contaminado pelo vírus. A atendente Sheila Cristiane da Silva Sousa, 30, diz que os médicos apontaram uma melhora na saúde do bebê. Ele poderá deixar a UTI ainda hoje. "Já estou amamentando ele desde ontem [quinta-feira] e tenho certeza de que ele está em boas mãos."


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