|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Hospital da Unicamp transfere grávidas para outras unidades
Hospital da Mulher recusou 3 gestantes prestes a dar à luz; internações foram suspensas após contaminação de bebês
GUSTAVO HENNEMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
Referência em partos em
Campinas, o Hospital da Mulher da Unicamp -que teve as
internações na maternidade
suspensas após a contaminação de 16 bebês por um vírus
respiratório- está tendo que
direcionar as gestantes que
chegam já em trabalho de parto
para outros hospitais.
Ontem, três mulheres passaram por isso, entre elas Michele Oriel, 18, grávida de nove meses. Por volta das 14h de ontem,
ela chegou ao pronto-socorro já
para ganhar o bebê, mas teve
que se segurar até chegar a uma
outra maternidade.
Outra grávida, que já estava
internada e não pôde adiar o
parto, teve que ser transferida
para outra cidade. Elisangela
Maria de Oliveira, 32, estava no
hospital de Campinas por apresentar gravidez de risco. Com
oito meses de gestação, ela não
pôde esperar até a reabertura
da UTI para ganhar o filho -às
12h, foi levada de ambulância
para Jaguariúna, onde mora.
Segundo a diretora-adjunta
do hospital, Angela Maria Bacha, na quinta, o número de
gestantes em início de trabalho
de parto que tiveram que ser direcionadas a outras unidades
foi ainda maior. No entanto, se
ocorrer alguma situação de
emergência e o parto não puder
esperar, ele será realizado no
hospital, segundo Bacha.
São feitos, normalmente, dez
partos por dia no hospital.
Sobre a morte de um bebê
contaminado no dia 24 de
maio, Bacha diz que o vírus pode ter encurtado a sobrevida da
criança, mas que o óbito foi
causado por outros problemas
graves, cardíacos e neurológicos, preexistentes. Um outro
bebê recebeu alta.
Dos 14 bebês contaminados
com o vírus sincicial que seguem internados na UTI, dois
continuam em estado grave e
12 estão em situação delicada,
mas não correm risco de morte.
Outros 12, que não apresentaram os sintomas, mas tiveram
contato com bebês contaminados, também seguem isolados e
em observação.
Ontem, o dia foi de alívio para
a mãe de Paulo Rogério, de 22
dias, que foi contaminado pelo
vírus. A atendente Sheila Cristiane da Silva Sousa, 30, diz que
os médicos apontaram uma
melhora na saúde do bebê. Ele
poderá deixar a UTI ainda hoje.
"Já estou amamentando ele
desde ontem [quinta-feira] e
tenho certeza de que ele está
em boas mãos."
Texto Anterior: Médicos defendem piso no setor público Próximo Texto: Professores estaduais de SP decidem entrar em greve Índice
|