São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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FÉRIAS

Opção por acampamento geralmente é feita após recomendação de amigos, parentes ou da escola; associação aconselha visita ao local

Pais costumam escolher por indicação

DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria dos pais ouvidos pela Folha diz que escolheu o acampamento para onde mandarão seus filhos nas férias de julho por indicação de amigos, parentes ou da escola onde as crianças estudam.
"Acho importante procurar referências e conversar com outras pessoas que costumam mandar os filhos a acampamentos para escolher com segurança", diz a contadora Yolanda Tatto, mãe de três crianças de dez a 14 anos.
A biomédica Márcia Bernadini pesquisou vários acampamentos antes de decidir para onde iria mandar seus dois filhos, um de nove e outro de 11 anos. "Acabei optando por um que uma amiga já conhecia", conta.
Os próprios proprietários concordam com a cautela dos pais, que não se deixam convencer pela propaganda dos estabelecimentos e preferem confiar na indicação de conhecidos. "Minha clientela vem da propaganda feita boca a boca", afirma o diretor da Fazenda Monjolinho, em Itirapina (213 km de SP), Marcelo Filippini.
"É exceção quem nos procura sem conhecer alguém que já participou. Os pais realmente não mandam mais os filhos sem indicação", afirma a gerente do Peraltas, em Brotas (245 km de SP).
No momento de contratar os serviços, também há alguns cuidados para avaliar se aquilo que é oferecido condiz com o que a criança vai encontrar quando chegar ao seu destino. A maioria dos acampamentos tem sites com informações e fotos. Mas, mesmo nesses casos, é recomendável visitar o local, aconselha a Abae, Associação Brasileira de Acampamentos Educativos.
"Na hora da inscrição, é bom questionar sobre as atividades que eles oferecem, se há divisão das crianças por faixa etária, quem são as pessoas envolvidas durante o período de estada e a acessibilidade do local", diz Yolanda Tatto, que mandou a filha pela primeira vez há nove anos.

Independência
Além de contato com outras crianças e com a natureza, coisa rara para quem mora em cidades como São Paulo, as viagens para acampamentos contribuem para o amadurecimento dos filhos.
"Recomendo a atividade porque acredito que ajuda a tornar as crianças mais independentes", afirma Yolanda. "A minha filha mais velha foi pela primeira vez quando tinha cinco anos. Considero minha filha uma criança madura e acho que o acampamento colaborou", conta.
"Em situações como essas, o maior desafio para a criança é se autogerir. Ela tem que arrumar a cama, cuidar das suas coisas e aprender a lidar com as novas pessoas que acaba conhecendo" explica Silvana Rabelo, professora de psicologia da PUC.

Insegurança
Embora considere a experiência da autonomia em relação aos pais importante, Silvana faz uma advertência. "A atividade não pode criar insegurança para a criança. Afinal, ela está lá para se divertir, e não para sofrer."
Essa parece ter sido a conclusão da administradora Marta Penna, que buscou a filha, Stefanie, 10, dois dias antes de terminar a sua temporada no acampamento em que estava.
"Ela não está acostumada a dormir fora de casa e acabou pedindo para ir embora", conta Marta.
Uma alternativa para saber se a criança vai se adaptar são os "day camps", que, como diz o nome, duram apenas um dia. Algumas escolas organizam esse tipo de viagem durante o ano letivo.
No colégio Visconde de Porto Seguro, por exemplo, que tem três unidades em São Paulo, os alunos da sétima série passam um dia no Sítio do Carroção, em Tatuí (129 km de SP).
"A confraternização é um dos fatores mais importantes dessas viagens. Acontece de os alunos de uma mesma série, que são vizinhos de sala, nem sequer se conhecerem ao chegar aqui", conta o coordenador de educação física Wilson Vilar Fulton.


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