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EDUCAÇÃO
Mesmo adotando o mecanismo, nas épocas de cheias a água chega a se acumular 1,2 m acima do nível do chão
Escola usa comportas para conter enchentes
DA REPORTAGEM LOCAL
A Emef Senador Teotônio Vilela, no Jardim Princesa, distrito de
Brasilândia (zona norte de SP),
tem um sistema de sete comportas para conter inundações em
dias de chuva. A região é uma das
mais problemáticas da cidade por
ter sofrido ocupação irregular intensa e de risco. Muitos moradores construíram suas casas nas encostas da serra da Cantareira.
Instalada na base da serra, a escola fica na confluência dos córregos Cabuçu e Bananal. Quando
chove, as comportas são fechadas,
impedindo o acesso da água pela
tubulação de esgoto.
"Se a água vier pelos canos [de
esgoto", as comportas seguram.
Mas quando vem da rua, a escola
vira um dique", diz a diretora, Tereza Roza. Nas cheias, a água chega a se acumular 1,2 m acima do
nível do chão. Os arquivos da secretaria, colocados em suportes
de metal, lembram palafitas. Mesmo assim, muitos documentos já
foram perdidos em enchentes.
A escola, hoje com 980 alunos, é
uma das quatro opções para moradores dos bairros Jardim Princesa, Jardim Vista Alegre, Jardim
Damasceno e Jardim Paraná, todos vizinhos. Este ano, não pôde
oferecer vaga para 50 crianças.
Ana Cristina de Souza, 7, que
mora duas ruas para cima da escola, foi uma delas. Segundo sua
mãe, Marlene Rosa de Souza, ela
acabou encontrando vaga na 1ª
série de uma escola estadual na
Vila Souza. "Só que tenho de pagar R$ 40 para a perua levar."
A escola mais próxima é a Emef
João Amos Comenius, localizada
a 500 metros da Teotônio Vilela.
As outras duas, estaduais -Dr.
Genésio de Almeida Moura e Dalila de Andrade Costa-, estão a
mais de 1,5 km.
De acordo com a coordenadora
da NAE 3 (Núcleo de Ação Educativa, responsável pela região), Elza
de Lourdes Ramello Naous, seriam necessárias mais seis escolas
para suprir a demanda existente
na área. Para este ano, não há previsão de construção de escolas na
região.
Novo endereço
Para resolver os problemas de
enchente da Teotônio Vilela, a escola deve mudar de lugar. Segundo a diretora Tereza Roza, a autorização para a construção do novo prédio, que teria capacidade
para oferecer mais 500 vagas, já
foi publicada no "Diário Oficial"
do município, mas o terreno, próximo do local onde a escola está
hoje, ainda não foi liberado.
"Já temos o projeto, mas a viabilidade técnica pode demorar um
pouco", disse o secretário municipal da Educação, Fernando José
de Almeida, que tem uma visita à
Teotônio Vilela marcada para o
dia 16 de outubro.
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