São Paulo, domingo, 30 de setembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EDUCAÇÃO

Mesmo adotando o mecanismo, nas épocas de cheias a água chega a se acumular 1,2 m acima do nível do chão

Escola usa comportas para conter enchentes

DA REPORTAGEM LOCAL

A Emef Senador Teotônio Vilela, no Jardim Princesa, distrito de Brasilândia (zona norte de SP), tem um sistema de sete comportas para conter inundações em dias de chuva. A região é uma das mais problemáticas da cidade por ter sofrido ocupação irregular intensa e de risco. Muitos moradores construíram suas casas nas encostas da serra da Cantareira.
Instalada na base da serra, a escola fica na confluência dos córregos Cabuçu e Bananal. Quando chove, as comportas são fechadas, impedindo o acesso da água pela tubulação de esgoto.
"Se a água vier pelos canos [de esgoto", as comportas seguram. Mas quando vem da rua, a escola vira um dique", diz a diretora, Tereza Roza. Nas cheias, a água chega a se acumular 1,2 m acima do nível do chão. Os arquivos da secretaria, colocados em suportes de metal, lembram palafitas. Mesmo assim, muitos documentos já foram perdidos em enchentes.
A escola, hoje com 980 alunos, é uma das quatro opções para moradores dos bairros Jardim Princesa, Jardim Vista Alegre, Jardim Damasceno e Jardim Paraná, todos vizinhos. Este ano, não pôde oferecer vaga para 50 crianças.
Ana Cristina de Souza, 7, que mora duas ruas para cima da escola, foi uma delas. Segundo sua mãe, Marlene Rosa de Souza, ela acabou encontrando vaga na 1ª série de uma escola estadual na Vila Souza. "Só que tenho de pagar R$ 40 para a perua levar."
A escola mais próxima é a Emef João Amos Comenius, localizada a 500 metros da Teotônio Vilela. As outras duas, estaduais -Dr. Genésio de Almeida Moura e Dalila de Andrade Costa-, estão a mais de 1,5 km.
De acordo com a coordenadora da NAE 3 (Núcleo de Ação Educativa, responsável pela região), Elza de Lourdes Ramello Naous, seriam necessárias mais seis escolas para suprir a demanda existente na área. Para este ano, não há previsão de construção de escolas na região.

Novo endereço
Para resolver os problemas de enchente da Teotônio Vilela, a escola deve mudar de lugar. Segundo a diretora Tereza Roza, a autorização para a construção do novo prédio, que teria capacidade para oferecer mais 500 vagas, já foi publicada no "Diário Oficial" do município, mas o terreno, próximo do local onde a escola está hoje, ainda não foi liberado.
"Já temos o projeto, mas a viabilidade técnica pode demorar um pouco", disse o secretário municipal da Educação, Fernando José de Almeida, que tem uma visita à Teotônio Vilela marcada para o dia 16 de outubro.



Texto Anterior: Educação: Falta espaço para escola pública em SP
Próximo Texto: Para urbanistas, desapropriação é a saída
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.