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EDUCAÇÃO
Especialistas responsabilizam poder público pela falta de espaço para escolas e defendem a remoção de pessoas da periferia
Para urbanistas, desapropriação é a saída
DA REPORTAGEM LOCAL
Urbanistas ouvidos pela Folha
responsabilizam o próprio poder
público pela falta de espaço para a
construção de escolas em São
Paulo. A solução, para eles, é a desapropriação de terrenos na periferia e a sua reorganização.
"É preciso remover algumas
pessoas -prevendo casas para
elas- e criar espaços, por exemplo, nas áreas de manancial", diz o
urbanista Ary Albano. Para ele, o
novo Plano Diretor e a Lei de Zoneamento têm de levar esse problema em conta.
Cândido Malta Campos Filho,
urbanista e professor da USP
(Universidade de São Paulo), diz
que, de modo geral, a grande
maioria dos loteamentos dessas
regiões foi invadida, mas, "fazendo um pente fino" bairro a bairro,
ainda é possível encontrar terrenos. "Têm de ser garimpados."
De acordo com ele, existem
muitas concessões de uso que
acabam tendo sua finalidade desviada e podem ser revistas (clubes, entidades beneficentes etc.).
O professor de história da arquitetura da FAU/USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo)
Carlos Lemos diz que o fenômeno
é normal nas grandes cidades.
"Onde há concentração de pessoas, há concentração de construções, e não sobram terrenos", afirma Lemos. "Para resolver, só desapropriando."
Na opinião do professor, a cidade de São Paulo vai continuar
crescendo desordenadamente. "E
a culpa é da própria prefeitura,
que deixa as pessoas invadirem os
terrenos", afirma.
Lote Legal
O programa Lote Legal, da Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano, é uma das esperanças que a Secretaria Municipal
de Educação tem para poder viabilizar a construção de novas escolas em São Paulo.
Um total de 67 loteamentos
clandestinos irão receber obras de
urbanização -como redes de
água e esgoto, tratamento de
áreas de risco, pavimentação de
ruas e iluminação pública- que
permitirão a regularização dessas
áreas; 30 foram destinados à Secretaria Municipal da Educação.
Os recursos para as obras sairão
do BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento).
(RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO)
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