São Paulo, domingo, 30 de setembro de 2001

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Reitor nega "sucateamento" de universidade

DA FOLHA RIBEIRÃO E
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Oswaldo Baptista Duarte Filho, reitor da UFSCar, diz que há problemas, mas descarta um processo de "sucateamento" na universidade. "O que temos são sérias dificuldades na manutenção."
Ele diz que a UFSCar vem recebendo menos verba para investir em infra-estrutura. "Em 99, foram R$ 6,8 milhões. Em 2001, R$ 6,2 milhões. Há uma queda, mas as despesas vêm crescendo."
Duarte Filho diz que recebeu só R$ 30 mil para gastar durante o ano com obras dentro do campus.
A Folha procurou Ministério da Educação e Secretária de Ciência e Tecnologia do Estado (responsável pelo repasse de verbas às universidades estaduais) por dois dias, mas não houve resposta.
Para alunos, há sim sucateamento (falta de equipamentos, instalações improvisadas de cursos e déficit de professores), um reflexo direto da política "privatizante" do governo federal.
Para Lucas Tavares Ferreira, 24, aluno do curso de imagem e som, o departamento está mal instalado desde a implantação. "Ocupamos o espaço onde funcionava um centro cultural do campus."
Ele diz que os 20 alunos do curso precisam dividir uma única ilha de edição -onde as fitas com imagens são trabalhadas-, de pouco mais de três m2 de área.
Nem a área de ciências biológicas, considerada setor "privilegiado" devido ao incentivo de institutos de pesquisa, escapa da crise.
O laboratório de educação física tem um computador para 15 alunos. "É evidente que nem todos os alunos usam ao mesmo tempo, mas o equipamento é muito obsoleto", diz Cristiano Tiermo, 28.
Os professores substitutos não são poupados. Segundo o estudante de engenharia de materiais José Erinaldo de Oliveira Júnior, 24, em alguns casos, o índice de professores substitutos chega a superar o de contratados. "Em alguns casos, o curso conta com até 60% de professores substitutos."
Já Alan Boccato, 22, de biologia, critica a falta de envolvimento dos substitutos. "Poucos são os que oferecem apoio extra-classe."



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