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Reitor nega "sucateamento" de universidade
DA FOLHA RIBEIRÃO E
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Oswaldo Baptista Duarte Filho,
reitor da UFSCar, diz que há problemas, mas descarta um processo de "sucateamento" na universidade. "O que temos são sérias
dificuldades na manutenção."
Ele diz que a UFSCar vem recebendo menos verba para investir
em infra-estrutura. "Em 99, foram R$ 6,8 milhões. Em 2001, R$
6,2 milhões. Há uma queda, mas
as despesas vêm crescendo."
Duarte Filho diz que recebeu só
R$ 30 mil para gastar durante o
ano com obras dentro do campus.
A Folha procurou Ministério da
Educação e Secretária de Ciência e
Tecnologia do Estado (responsável pelo repasse de verbas às universidades estaduais) por dois
dias, mas não houve resposta.
Para alunos, há sim sucateamento (falta de equipamentos,
instalações improvisadas de cursos e déficit de professores), um
reflexo direto da política "privatizante" do governo federal.
Para Lucas Tavares Ferreira, 24,
aluno do curso de imagem e som,
o departamento está mal instalado desde a implantação. "Ocupamos o espaço onde funcionava
um centro cultural do campus."
Ele diz que os 20 alunos do curso precisam dividir uma única
ilha de edição -onde as fitas com
imagens são trabalhadas-, de
pouco mais de três m2 de área.
Nem a área de ciências biológicas, considerada setor "privilegiado" devido ao incentivo de institutos de pesquisa, escapa da crise.
O laboratório de educação física
tem um computador para 15 alunos. "É evidente que nem todos os
alunos usam ao mesmo tempo,
mas o equipamento é muito obsoleto", diz Cristiano Tiermo, 28.
Os professores substitutos não
são poupados. Segundo o estudante de engenharia de materiais
José Erinaldo de Oliveira Júnior,
24, em alguns casos, o índice de
professores substitutos chega a
superar o de contratados. "Em alguns casos, o curso conta com até
60% de professores substitutos."
Já Alan Boccato, 22, de biologia,
critica a falta de envolvimento dos
substitutos. "Poucos são os que
oferecem apoio extra-classe."
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