|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
URBANISMO
Estrutura está apoiada em prédio tombado; Estado e prefeitura se acusam
Evento causa atrito entre governos
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
A construção de uma passarela
de madeira e de uma cobertura
metálica na frente do museu do
Ipiranga (zona sul de São Paulo),
gerou reclamações de usuários e
uma troca de acusações entre a
prefeitura e o governo do Estado.
A estrutura começou a ser montada nesta semana, para a cerimônia de posse da nova diretoria da
Fiesp (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo), que
ocorrerá no próximo dia 8 e reunirá cerca de 2.000 pessoas.
"É uma área de passagem. Agora, para ir de um lado a outro, as
pessoas precisam passar no meio
da obra, correndo risco de se machucar", afirma Ademir Gatti, 54,
que integra o conselho gestor do
parque da Independência.
Além disso, diz Gatti, como parte da estrutura metálica está
apoiada na escadaria do museu,
há risco de dano ao imóvel, que é
tombado pelo Condephaat (conselho estadual de preservação do
patrimônio).
Mas nem a prefeitura, que administra o parque, nem o governo
do Estado, ao qual é ligado o museu, afirmam ter autorizado a
montagem, embora a Fiesp afirme, por meio de sua assessoria de
imprensa, que ambos aprovaram
o projeto apresentado.
A principal discordância se refere à responsabilidade pelo trecho
onde está sendo montada a passarela -um espaço entre a escadaria do museu e o parque, onde ficam as fontes.
Segundo Adriano Diogo, titular
da Secretaria Municipal do Verde
e do Meio Ambiente, como essa
área está no entorno do museu, é
de responsabilidade estadual. A
autorização fornecida pela secretaria, diz, foi para a utilização das
dependências do parque.
Já Miyoko Makino, diretora técnica da Divisão de Difusão Cultural do museu, diz que toda a parte
externa, após a escadaria, é de responsabilidade da prefeitura. Segundo diz, a autorização dada pelo museu era para que a festa pudesse ocorrer numa parte do saguão do imóvel. O museu não avisou o Condephaat, diz Makino,
pois o evento não interfere no
prédio. A assessoria da Secretaria
Estadual da Cultura disse ontem
que o projeto deveria ter sido analisado pelo Condephaat.
A assessoria da Fiesp disse que,
no projeto enviado e aprovado
por ambos, constava a passarela e
que a estrutura não oferece risco.
Texto Anterior: Exigência para manobrista entra em vigor Próximo Texto: Letras jurídicas: Ainda os sinais do terremoto Índice
|