São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2004

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URBANISMO

Estrutura está apoiada em prédio tombado; Estado e prefeitura se acusam

Evento causa atrito entre governos

AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL

A construção de uma passarela de madeira e de uma cobertura metálica na frente do museu do Ipiranga (zona sul de São Paulo), gerou reclamações de usuários e uma troca de acusações entre a prefeitura e o governo do Estado.
A estrutura começou a ser montada nesta semana, para a cerimônia de posse da nova diretoria da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que ocorrerá no próximo dia 8 e reunirá cerca de 2.000 pessoas.
"É uma área de passagem. Agora, para ir de um lado a outro, as pessoas precisam passar no meio da obra, correndo risco de se machucar", afirma Ademir Gatti, 54, que integra o conselho gestor do parque da Independência.
Além disso, diz Gatti, como parte da estrutura metálica está apoiada na escadaria do museu, há risco de dano ao imóvel, que é tombado pelo Condephaat (conselho estadual de preservação do patrimônio).
Mas nem a prefeitura, que administra o parque, nem o governo do Estado, ao qual é ligado o museu, afirmam ter autorizado a montagem, embora a Fiesp afirme, por meio de sua assessoria de imprensa, que ambos aprovaram o projeto apresentado.
A principal discordância se refere à responsabilidade pelo trecho onde está sendo montada a passarela -um espaço entre a escadaria do museu e o parque, onde ficam as fontes.
Segundo Adriano Diogo, titular da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, como essa área está no entorno do museu, é de responsabilidade estadual. A autorização fornecida pela secretaria, diz, foi para a utilização das dependências do parque.
Já Miyoko Makino, diretora técnica da Divisão de Difusão Cultural do museu, diz que toda a parte externa, após a escadaria, é de responsabilidade da prefeitura. Segundo diz, a autorização dada pelo museu era para que a festa pudesse ocorrer numa parte do saguão do imóvel. O museu não avisou o Condephaat, diz Makino, pois o evento não interfere no prédio. A assessoria da Secretaria Estadual da Cultura disse ontem que o projeto deveria ter sido analisado pelo Condephaat.
A assessoria da Fiesp disse que, no projeto enviado e aprovado por ambos, constava a passarela e que a estrutura não oferece risco.


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