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Testemunha nega ter visto "atos libidinosos"
Depoimento foi dado no inquérito que apura acusação de suposta corrupção de menores contra o padre Júlio Lancelotti
A mulher ouvida ontem seria uma das supostas vítimas de agressão por parte do padre que foram citadas pela denunciante
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma testemunha ouvida ontem pela polícia disse nunca ter
presenciado atos libidinosos e
de violência praticados pelo padre Júlio Lancelotti na Casa Vida 2, na Mooca (zona leste de
SP), uma das entidades ligadas
ao religioso.
O depoimento foi tomado no
inquérito aberto na semana
passada por suposta corrupção
de menores contra o padre Júlio -há outro inquérito que investiga a denúncia feita em
agosto pelo padre sobre a extorsão de que seria vítima.
Esse inquérito sobre corrupção de menores foi aberto com
base no depoimento de uma suposta ex-funcionária da Casa
Vida 2. Essa mulher, que não
teve o nome revelado pela polícia, disse ter presenciado o padre beijando um adolescente
na boca, dentro dessa unidade.
Disse ainda ter conversado
com pacientes da casa e que pelo menos duas jovens teriam
relatado agressões.
Procurado, Lancelotti não se
manifestou ontem. Seu advogado, o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, disse, por meio
de uma assessora, que não comentaria as denúncias.
Suposta vítima
A mulher ouvida ontem, que
também não teve o nome divulgado, seria uma das supostas vítimas da violência relatada pela
denunciante. A outra vítima teria morrido de Aids, segundo a
denunciante.
O delegado André Luiz Pimentel, que investiga a denúncia de suposta corrupção de
menores, disse não poder dar
detalhes do depoimento porque esse inquérito corre em segredo de Justiça -o sigilo foi
pedido pela polícia na última
sexta-feira e decretado ontem
pela Justiça.
Conforme a Folha revelou, a
suposta ex-funcionária da entidade que denunciou o padre
Júlio -a polícia ainda não tem
certeza de que ela trabalhou na
unidade- foi indicada aos policiais pela Rede Record, do bispo Edir Macedo e da Igreja
Universal.
Além disso, segundo o diretor do Decap (Departamento
de Polícia Judiciária da Capital), Aldo Galiano, a denunciante é ligada ao ex-presidente
do sindicato dos trabalhadores
da Febem Antonio Gilberto da
Silva, que já teve enfrentamentos públicos com o padre Júlio.
O inquérito sobre corrupção
de menores é uma das investigações ligadas ao padre Júlio
Lancelotti que podem ser
transferidas da 5ª Seccional para o Decap.
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