São Paulo, terça-feira, 30 de outubro de 2007

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Testemunha nega ter visto "atos libidinosos"

Depoimento foi dado no inquérito que apura acusação de suposta corrupção de menores contra o padre Júlio Lancelotti

A mulher ouvida ontem seria uma das supostas vítimas de agressão por parte do padre que foram citadas pela denunciante

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma testemunha ouvida ontem pela polícia disse nunca ter presenciado atos libidinosos e de violência praticados pelo padre Júlio Lancelotti na Casa Vida 2, na Mooca (zona leste de SP), uma das entidades ligadas ao religioso.
O depoimento foi tomado no inquérito aberto na semana passada por suposta corrupção de menores contra o padre Júlio -há outro inquérito que investiga a denúncia feita em agosto pelo padre sobre a extorsão de que seria vítima.
Esse inquérito sobre corrupção de menores foi aberto com base no depoimento de uma suposta ex-funcionária da Casa Vida 2. Essa mulher, que não teve o nome revelado pela polícia, disse ter presenciado o padre beijando um adolescente na boca, dentro dessa unidade.
Disse ainda ter conversado com pacientes da casa e que pelo menos duas jovens teriam relatado agressões.
Procurado, Lancelotti não se manifestou ontem. Seu advogado, o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, disse, por meio de uma assessora, que não comentaria as denúncias.

Suposta vítima
A mulher ouvida ontem, que também não teve o nome divulgado, seria uma das supostas vítimas da violência relatada pela denunciante. A outra vítima teria morrido de Aids, segundo a denunciante.
O delegado André Luiz Pimentel, que investiga a denúncia de suposta corrupção de menores, disse não poder dar detalhes do depoimento porque esse inquérito corre em segredo de Justiça -o sigilo foi pedido pela polícia na última sexta-feira e decretado ontem pela Justiça.
Conforme a Folha revelou, a suposta ex-funcionária da entidade que denunciou o padre Júlio -a polícia ainda não tem certeza de que ela trabalhou na unidade- foi indicada aos policiais pela Rede Record, do bispo Edir Macedo e da Igreja Universal.
Além disso, segundo o diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), Aldo Galiano, a denunciante é ligada ao ex-presidente do sindicato dos trabalhadores da Febem Antonio Gilberto da Silva, que já teve enfrentamentos públicos com o padre Júlio.
O inquérito sobre corrupção de menores é uma das investigações ligadas ao padre Júlio Lancelotti que podem ser transferidas da 5ª Seccional para o Decap.


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