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Prefeitos buscarão aterro regional único
Discussão deve ser retomada a partir de janeiro com a troca de prefeitos em três das quatro cidades do litoral norte
Para Estado implantação de
aterro em Caraguatatuba é
"complicada"; saída pode
ser depósito de resíduos
particular na Tamoios
DA REPORTAGEM LOCAL
A idéia de buscar uma solução regional para o depósito de
lixo no litoral norte de São Paulo deve ser retomada a partir de
janeiro, quando haverá a troca
de comando em três das quatro
prefeituras -São Sebastião,
Ilhabela e Caraguatatuba.
O caminho mais viável, segundo os prefeitos, pode ser a
criação de um aterro sanitário
regional em Caraguatatuba ou
alguma cidade ao longo da rodovia dos Tamoios (SP-99), como Jambeiro, no alto da serra.
A maior dificuldade decorre
da falta de áreas em que possa
ser permitida a construção de
um aterro para toda a região.
Não existe terreno adequado
em Ilhabela -que é quase toda
tomada pelo parque estadual-,
São Sebastião ou Ubatuba, cidades que ficam prensadas entre a serra do Mar e o oceano.
Resta Caraguatatuba, mas a
construção da base de gás da
Petrobras já tomou boa parte
das áreas disponíveis e as que
restam têm condições consideradas "complicadas" pelo secretário de Estado do Meio
Ambiente, Xico Graziano.
Ou são terrenos de mangue,
próximos ao rio Juqueriquerê
(um dos principais do litoral
norte) ou ficam próximas demais da serra do Mar.
"São áreas muito sensíveis do
ponto de vista ambiental. Já
lançaram a possibilidade de
montar um aterro particular
próximo da Tamoios, seria uma
das soluções", afirma.
O prefeito eleito de Caraguatatuba, Antonio Carlos da Silva
(PSDB), diz que aceita construir o aterro na cidade, mas
antes é necessário discutir toda
a logística, principalmente o
horário do transporte. "Muitos
caminhões afetariam demais o
trânsito, e já temos poucas
vias", diz o tucano.
Segundo Antonio Carlos, hoje deputado estadual, existe a
possibilidade de a iniciativa
privada bancar o investimento
e vender os serviços para as
prefeituras. "Se tivermos um
volume grande de lixo, o negócio se tornará viável."
Seu colega de Ilhabela, Toninho Colucci (PPS), também defende a proposta de uma busca
de solução conjunta. "Não podemos ter o discurso de cidades
auto-sustentáveis sem resolver
o problema do lixo. E os custos
são muito altos."
Na opinião do prefeito eleito
de São Sebastião, Ernane Primazzi (PSC), que já elaborou
um orçamento prévio para instalar na cidade um incinerador
que ocuparia uma área de no
máximo 10 mil m2, será necessário cortar os custos com o lixo. A cidade gasta hoje por ano
R$ 3,7 milhões com a exportação do lixo, sendo R$ 2,5 milhões só com o transbordo.
Segundo Primazzi, o investimento aproximado é de R$ 20
milhões, custo que seria coberto com a economia da suspensão do transporte do lixo até
Tremembé. O prefeito eleito
afirma que o projeto ainda pode ser financiado por organismos internacionais, como o
Banco Mundial. "Esse sistema
ainda gera energia, que pode
ser comercializada. Podemos
produzir energia para 2.000
casas", afirma ele.
Para o secretário de Obras de
Ubatuba, João Paulo Rolim, o
município terá mesmo de depender de outras cidades. "Não
temos áreas".
(JEC)
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