São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2008

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Prefeitos buscarão aterro regional único

Discussão deve ser retomada a partir de janeiro com a troca de prefeitos em três das quatro cidades do litoral norte

Para Estado implantação de aterro em Caraguatatuba é "complicada"; saída pode ser depósito de resíduos particular na Tamoios

DA REPORTAGEM LOCAL

A idéia de buscar uma solução regional para o depósito de lixo no litoral norte de São Paulo deve ser retomada a partir de janeiro, quando haverá a troca de comando em três das quatro prefeituras -São Sebastião, Ilhabela e Caraguatatuba.
O caminho mais viável, segundo os prefeitos, pode ser a criação de um aterro sanitário regional em Caraguatatuba ou alguma cidade ao longo da rodovia dos Tamoios (SP-99), como Jambeiro, no alto da serra.
A maior dificuldade decorre da falta de áreas em que possa ser permitida a construção de um aterro para toda a região. Não existe terreno adequado em Ilhabela -que é quase toda tomada pelo parque estadual-, São Sebastião ou Ubatuba, cidades que ficam prensadas entre a serra do Mar e o oceano.
Resta Caraguatatuba, mas a construção da base de gás da Petrobras já tomou boa parte das áreas disponíveis e as que restam têm condições consideradas "complicadas" pelo secretário de Estado do Meio Ambiente, Xico Graziano.
Ou são terrenos de mangue, próximos ao rio Juqueriquerê (um dos principais do litoral norte) ou ficam próximas demais da serra do Mar.
"São áreas muito sensíveis do ponto de vista ambiental. Já lançaram a possibilidade de montar um aterro particular próximo da Tamoios, seria uma das soluções", afirma.
O prefeito eleito de Caraguatatuba, Antonio Carlos da Silva (PSDB), diz que aceita construir o aterro na cidade, mas antes é necessário discutir toda a logística, principalmente o horário do transporte. "Muitos caminhões afetariam demais o trânsito, e já temos poucas vias", diz o tucano.
Segundo Antonio Carlos, hoje deputado estadual, existe a possibilidade de a iniciativa privada bancar o investimento e vender os serviços para as prefeituras. "Se tivermos um volume grande de lixo, o negócio se tornará viável."
Seu colega de Ilhabela, Toninho Colucci (PPS), também defende a proposta de uma busca de solução conjunta. "Não podemos ter o discurso de cidades auto-sustentáveis sem resolver o problema do lixo. E os custos são muito altos."
Na opinião do prefeito eleito de São Sebastião, Ernane Primazzi (PSC), que já elaborou um orçamento prévio para instalar na cidade um incinerador que ocuparia uma área de no máximo 10 mil m2, será necessário cortar os custos com o lixo. A cidade gasta hoje por ano R$ 3,7 milhões com a exportação do lixo, sendo R$ 2,5 milhões só com o transbordo.
Segundo Primazzi, o investimento aproximado é de R$ 20 milhões, custo que seria coberto com a economia da suspensão do transporte do lixo até Tremembé. O prefeito eleito afirma que o projeto ainda pode ser financiado por organismos internacionais, como o Banco Mundial. "Esse sistema ainda gera energia, que pode ser comercializada. Podemos produzir energia para 2.000 casas", afirma ele.
Para o secretário de Obras de Ubatuba, João Paulo Rolim, o município terá mesmo de depender de outras cidades. "Não temos áreas". (JEC)


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