|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para prefeita, União tem obrigação de colaborar
DA REPORTAGEM LOCAL
"Ninguém está pedindo para a
União pagar promessas de campanha feitas por outras pessoas,
pois nem os cinco dedos da primeira gestão do presidente ele pagou." A declaração da prefeita
Marta Suplicy sinaliza o tom do
discurso que ela adotou ontem
contra o presidente Fernando
Henrique Cardoso.
Esse ataque se referiu à campanha de FHC à Presidência em
1994, em que os dedos de uma
mão simbolizavam promessas
nas áreas de segurança, saúde,
educação, agricultura e emprego.
A investida de Marta contra o
governo federal ocorreu dois dias
após declarações feitas pelo presidente a um programa da Rede
Globo, no último domingo.
Questionado sobre a possibilidade de a União firmar parcerias
com a prefeitura, FHC afirmou
que não poderia "pagar" promessas de campanha que ele não fez.
Repetidas vezes a prefeita disse
ontem que os problemas de desemprego e violência em São Paulo são "resultado direto da política
econômica do governo federal",
que, segundo ela, tem "obrigação" de colaborar com os programas sociais da cidade.
Marta disse que, ao solicitar recursos para parcerias, não está pedindo "esmolas", mas cobrando a
responsabilidade da União. "O
governo federal tem sim uma responsabilidade na política social
aqui na cidade, pois parte dessa
dificuldade que a cidade enfrenta
vem da supervalorização cambial
e da alta taxa de juros."
A prefeita também rebateu declarações feitas pelo presidente no
último domingo, que afirmou
que Marta não deveria se preocupar com grandes obras.
"As grandes obras na cidade
não são obras que serão executadas pelo município, que nem arrecada o suficiente para dar conta
de um milhão de crianças, saúde,
pavimentação e todas as atribuições que tem hoje."
Segundo Marta, essas obras
"deveriam ser executadas pelo Estado e pelo governo federal, que
têm construído e investido pouquíssimo no Estado e na cidade de
São Paulo".
Texto Anterior: Marta promete criar 100 mil empregos Próximo Texto: Petista debaterá limite para dívida Índice
|