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Cabral minimiza crise e afirma que oficiais querem balbúrdia
Governador disse ainda que a mobilização de policiais não vai tirar o "prestígio" do secretário José Mariano Beltrame
O novo comandante da PM afirmou que a Corregedoria da corporação irá analisar se haverá punição aos oficiais que entregaram os cargos
DA SUCURSAL DO RIO
O governador Sérgio Cabral
Filho (PMDB) minimizou ontem a mobilização dos oficiais
que renunciaram aos seus cargos. Para ele, trata-se de "um
movimento isolado" de um
grupo que quer criar "confronto, balbúrdia e desordem".
Em seguida, Cabral disse
considerar um ato de "respeito
e prudência" em relação ao novo comando a entrega dos cargos por parte dos oficiais.
O confronto aberto entre oficiais da PM e a Secretaria de Segurança não vai tirar o "prestígio" do secretário José Mariano Beltrame, disse Cabral. "Estão querendo fazer fumaça onde não há fogo. Então está tudo
tranqüilo. Estão querendo criar
uma crise. Não há crise."
Com um discurso recheado
de referências a "disciplina" e
"ordem", Cabral afirmou que
"problema é não ter problema".
"Essa meia dúzia que quer
confronto, balbúrdia e a desordem na PM não vai conseguir.
Imagina, fazer abaixo-assinado
para pedir a saída do secretário
de Segurança... Com que legitimidade? Nós queremos ordem,
a população quer ordem, e é assim que vai funcionar", disse.
Para o governador, entregar
os cargos é normal em troca de
comando. "É natural. Mudou o
comandante-geral. É uma demonstração de prudência e respeito ao comandante. Agora ele
conta com liberdade para nomear os novos comandantes.
Não significa que serão trocados os 40 comandos. O comandante-geral pode ratificar ou
pode mudar", afirmou. Informado de que os coronéis afirmam ser uma decisão de caráter "irrevogável", ele afirmou
apenas: "Não, imagina..."
O novo comandante da PM,
coronel Gilson Pitta Lopes,
afirmou que a Corregedoria da
corporação analisará se haverá
punição aos oficiais. "A corregedoria é o órgão inicial para as
investigações aprofundadas,
trará os resultados ao comandante-geral da corporação e
nós iremos solucionar."
Pitta, que foi signatário de
carta encaminhada ao governador e ao secretário de Segurança com reivindicações salariais,
críticas ao reajuste concedido
no ano passado e compromisso
de não assumir cargos de chefia
no atual governo, tentou explicar ontem seu posicionamento.
"Eu gostaria de esclarecer
que em momento algum eu estive presente, como noticiaram, na passeata. Não fazia parte de um grupo de oficiais insatisfeitos, e sim de um grupo
que, naquele momento, dentro
da hierarquia e disciplina, estava encaminhando um documento pelo nosso trâmite legal
com auxílio do comandante-geral à época."
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