São Paulo, quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

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Cabral minimiza crise e afirma que oficiais querem balbúrdia

Governador disse ainda que a mobilização de policiais não vai tirar o "prestígio" do secretário José Mariano Beltrame

O novo comandante da PM afirmou que a Corregedoria da corporação irá analisar se haverá punição aos oficiais que entregaram os cargos

DA SUCURSAL DO RIO

O governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) minimizou ontem a mobilização dos oficiais que renunciaram aos seus cargos. Para ele, trata-se de "um movimento isolado" de um grupo que quer criar "confronto, balbúrdia e desordem".
Em seguida, Cabral disse considerar um ato de "respeito e prudência" em relação ao novo comando a entrega dos cargos por parte dos oficiais.
O confronto aberto entre oficiais da PM e a Secretaria de Segurança não vai tirar o "prestígio" do secretário José Mariano Beltrame, disse Cabral. "Estão querendo fazer fumaça onde não há fogo. Então está tudo tranqüilo. Estão querendo criar uma crise. Não há crise."
Com um discurso recheado de referências a "disciplina" e "ordem", Cabral afirmou que "problema é não ter problema".
"Essa meia dúzia que quer confronto, balbúrdia e a desordem na PM não vai conseguir. Imagina, fazer abaixo-assinado para pedir a saída do secretário de Segurança... Com que legitimidade? Nós queremos ordem, a população quer ordem, e é assim que vai funcionar", disse.
Para o governador, entregar os cargos é normal em troca de comando. "É natural. Mudou o comandante-geral. É uma demonstração de prudência e respeito ao comandante. Agora ele conta com liberdade para nomear os novos comandantes. Não significa que serão trocados os 40 comandos. O comandante-geral pode ratificar ou pode mudar", afirmou. Informado de que os coronéis afirmam ser uma decisão de caráter "irrevogável", ele afirmou apenas: "Não, imagina..."
O novo comandante da PM, coronel Gilson Pitta Lopes, afirmou que a Corregedoria da corporação analisará se haverá punição aos oficiais. "A corregedoria é o órgão inicial para as investigações aprofundadas, trará os resultados ao comandante-geral da corporação e nós iremos solucionar."
Pitta, que foi signatário de carta encaminhada ao governador e ao secretário de Segurança com reivindicações salariais, críticas ao reajuste concedido no ano passado e compromisso de não assumir cargos de chefia no atual governo, tentou explicar ontem seu posicionamento.
"Eu gostaria de esclarecer que em momento algum eu estive presente, como noticiaram, na passeata. Não fazia parte de um grupo de oficiais insatisfeitos, e sim de um grupo que, naquele momento, dentro da hierarquia e disciplina, estava encaminhando um documento pelo nosso trâmite legal com auxílio do comandante-geral à época."


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