|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LEGISLATIVO
PM diz que Athiê reuniu vereadores antes da eleição
DA REPORTAGEM LOCAL
Três policiais militares que cuidam da segurança da vereadora
Myryam Athiê (PPS) disseram
ontem à Promotoria de Justiça da
Cidadania que os vereadores Eliseu Gabriel (PDT) e Edivaldo Estima (PPS) participaram de uma
reunião realizada na primeira
quinzena de dezembro do ano
passado no escritório de advocacia da vereadora, com o vereador
Arselino Tatto (PT).
Em 15 de dezembro de 2002,
Tatto foi eleito presidente da Câmara Municipal, com os votos de
Gabriel e Estima. Poucos dias antes, os dois vereadores anunciaram publicamente que votariam
no vereador Antonio Carlos Rodrigues (PL), que acabou derrotado. Eles mudaram seus votos na
última hora e, com isso, decidiram a eleição em favor de Tatto.
Marcos Cândido da Silva, ex-diretor da viação Cidade Tiradentes
preso por estelionato e formação
de quadrilha, declarou à Promotoria há duas semanas que Leonardo Capuano, antigo dono da
empresa, teria dado R$ 600 mil
para Tatto se eleger presidente da
Câmara Municipal. Ele nega.
O promotor Silvio Antonio
Marques, que ouviu ontem os três
policiais, investiga a possibilidade
de ter sido utilizado dinheiro proveniente de propina do sistema
público de transporte para a compra de votos em favor de Tatto para a presidência da Câmara.
Silva também acusou Athiê de
ter recebido dinheiro da empresa
para intermediar a negociação do
fim da intervenção da prefeitura
na empresa. Ela nega.
Os policiais disseram também
que escoltaram a vereadora em
visitas que ela realizou à Secretaria Municipal dos Transportes e à
SPTrans (empresa que gerencia o
transporte público por ônibus na
capital paulista).
Outro lado
Por meio de sua assessoria,
Athiê confirmou ter participado
de reuniões na secretaria e na
SPTrans, acompanhando diretores e funcionários da viação Cidade Tiradentes. Ela nega, contudo,
que tenha interferido em favor da
empresa.
A vereadora também confirmou a utilização de seu escritório
de advocacia para a realização de
reuniões de articulação política,
mas não disse os nomes dos vereadores que estiveram lá.
Ela disse estranhar que seus seguranças tenham sido chamados
para depor, porque ela mesma já
se colocou à disposição do Ministério Público há 15 dias e ainda
não foi chamada para depor.
Os três vereadores citados como
participantes da reunião com
Athiê negam que tenha havido o
encontro. Tatto diz que esteve em
apenas uma reunião nesse período, com mais de 20 vereadores.
Segundo ele, a reunião foi realizada em outro local.
Gabriel e Estima negam ter participado de reunião com Athiê e
Tatto. O pedetista diz que votou
em Tatto porque a chapa de Rodrigues passou a fazer oposição à
prefeita Marta Suplicy (PT). Estima diz que nunca declarou voto
em Rodrigues e que votou em
Tatto porque apóia o governo.
Texto Anterior: Transporte: Dono da Cidade Tiradentes diz sofrer complô Próximo Texto: Funcionalismo: Prefeitura vai dar reajuste diferenciado Índice
|