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São Paulo, sábado, 31 de maio de 2003

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LEGISLATIVO

PM diz que Athiê reuniu vereadores antes da eleição

DA REPORTAGEM LOCAL

Três policiais militares que cuidam da segurança da vereadora Myryam Athiê (PPS) disseram ontem à Promotoria de Justiça da Cidadania que os vereadores Eliseu Gabriel (PDT) e Edivaldo Estima (PPS) participaram de uma reunião realizada na primeira quinzena de dezembro do ano passado no escritório de advocacia da vereadora, com o vereador Arselino Tatto (PT).
Em 15 de dezembro de 2002, Tatto foi eleito presidente da Câmara Municipal, com os votos de Gabriel e Estima. Poucos dias antes, os dois vereadores anunciaram publicamente que votariam no vereador Antonio Carlos Rodrigues (PL), que acabou derrotado. Eles mudaram seus votos na última hora e, com isso, decidiram a eleição em favor de Tatto.
Marcos Cândido da Silva, ex-diretor da viação Cidade Tiradentes preso por estelionato e formação de quadrilha, declarou à Promotoria há duas semanas que Leonardo Capuano, antigo dono da empresa, teria dado R$ 600 mil para Tatto se eleger presidente da Câmara Municipal. Ele nega.
O promotor Silvio Antonio Marques, que ouviu ontem os três policiais, investiga a possibilidade de ter sido utilizado dinheiro proveniente de propina do sistema público de transporte para a compra de votos em favor de Tatto para a presidência da Câmara.
Silva também acusou Athiê de ter recebido dinheiro da empresa para intermediar a negociação do fim da intervenção da prefeitura na empresa. Ela nega.
Os policiais disseram também que escoltaram a vereadora em visitas que ela realizou à Secretaria Municipal dos Transportes e à SPTrans (empresa que gerencia o transporte público por ônibus na capital paulista).

Outro lado
Por meio de sua assessoria, Athiê confirmou ter participado de reuniões na secretaria e na SPTrans, acompanhando diretores e funcionários da viação Cidade Tiradentes. Ela nega, contudo, que tenha interferido em favor da empresa.
A vereadora também confirmou a utilização de seu escritório de advocacia para a realização de reuniões de articulação política, mas não disse os nomes dos vereadores que estiveram lá.
Ela disse estranhar que seus seguranças tenham sido chamados para depor, porque ela mesma já se colocou à disposição do Ministério Público há 15 dias e ainda não foi chamada para depor.
Os três vereadores citados como participantes da reunião com Athiê negam que tenha havido o encontro. Tatto diz que esteve em apenas uma reunião nesse período, com mais de 20 vereadores. Segundo ele, a reunião foi realizada em outro local.
Gabriel e Estima negam ter participado de reunião com Athiê e Tatto. O pedetista diz que votou em Tatto porque a chapa de Rodrigues passou a fazer oposição à prefeita Marta Suplicy (PT). Estima diz que nunca declarou voto em Rodrigues e que votou em Tatto porque apóia o governo.


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