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São Paulo, sábado, 31 de maio de 2003

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CÂMARA

Rubens Calvo, do PSB, é acusado de reter parte do salário de ex-funcionário

Justiça quebra sigilos de vereador

ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz Edson Ferreira da Silva, da 13ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do vereador Rubens Calvo (PSB), acusado de se apropriar de parte dos salários de um ex-funcionário.
Cabe recurso da decisão ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, mas o vereador disse que não irá recorrer e elogiou a iniciativa do Ministério Público. Calvo afirmou que entregará seus extratos bancários à Promotoria no início da próxima semana.
A decisão, proferida na última quinta-feira e divulgada ontem, é uma liminar concedida numa ação cautelar de exibição movida em 26 de maio pelo promotor Silvio Antonio Marques, da Promotoria de Justiça da Cidadania.
Também tiveram seus sigilos quebrados pela Justiça a mulher do vereador, Diva Spagnuolo Calvo, que trabalha no gabinete dele, e Klébio Poderoso dos Santos, ex-funcionário de Calvo e responsável pelas acusações.
A ação cautelar relata que, em 2001, a Polícia Militar apreendeu em Pardinho (234 km a oeste de São Paulo) um Saveiro, de propriedade de Santos, que estava com os documentos obrigatórios vencidos havia mais de um ano e tinha R$ 8.809 em multas.
Interrogado pela Polícia Civil, Santos afirmou que juntou dinheiro para comprar o carro quando trabalhava no gabinete do vereador Calvo. Disse que recebia entre R$ 3.000 e R$ 4.000, mas que uma pessoa chamada Diva, que seria secretária do gabinete, ficava com parte do dinheiro.
Em novo depoimento, realizado à Promotoria de Justiça de Pardinho no ano passado, Santos confirmou que era obrigado a entregar parte do seu salário a Diva, dessa vez identificada como mulher do vereador. Ele disse que ficava com apenas R$ 800 do total pago pela Câmara.
A Promotoria apurou que Santos trabalhou para Calvo de abril de 1999 a junho de 2000, e que ele recebia um salário bruto de R$ 3.802,77 no final do período.
A ação cautelar foi proposta para que, com os extratos bancários de Santos nas mãos, a Promotoria possa verificar se são verdadeiras as afirmações segundo as quais ele não ficava com o valor integral dos salários da Câmara.
O promotor Marques também quer saber se as contas de Calvo e da mulher dele receberam recursos que possam ser considerados provenientes dos salários pagos com dinheiro público a Santos.


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