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CÂMARA
Rubens Calvo, do PSB, é acusado de reter parte do salário de ex-funcionário
Justiça quebra sigilos de vereador
ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz Edson Ferreira da Silva,
da 13ª Vara da Fazenda Pública de
São Paulo, determinou a quebra
dos sigilos bancário e fiscal do vereador Rubens Calvo (PSB), acusado de se apropriar de parte dos
salários de um ex-funcionário.
Cabe recurso da decisão ao Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo, mas o vereador disse que
não irá recorrer e elogiou a iniciativa do Ministério Público. Calvo
afirmou que entregará seus extratos bancários à Promotoria no
início da próxima semana.
A decisão, proferida na última
quinta-feira e divulgada ontem, é
uma liminar concedida numa
ação cautelar de exibição movida
em 26 de maio pelo promotor Silvio Antonio Marques, da Promotoria de Justiça da Cidadania.
Também tiveram seus sigilos
quebrados pela Justiça a mulher
do vereador, Diva Spagnuolo Calvo, que trabalha no gabinete dele,
e Klébio Poderoso dos Santos, ex-funcionário de Calvo e responsável pelas acusações.
A ação cautelar relata que, em
2001, a Polícia Militar apreendeu
em Pardinho (234 km a oeste de
São Paulo) um Saveiro, de propriedade de Santos, que estava
com os documentos obrigatórios
vencidos havia mais de um ano e
tinha R$ 8.809 em multas.
Interrogado pela Polícia Civil,
Santos afirmou que juntou dinheiro para comprar o carro
quando trabalhava no gabinete
do vereador Calvo. Disse que recebia entre R$ 3.000 e R$ 4.000,
mas que uma pessoa chamada Diva, que seria secretária do gabinete, ficava com parte do dinheiro.
Em novo depoimento, realizado
à Promotoria de Justiça de Pardinho no ano passado, Santos confirmou que era obrigado a entregar parte do seu salário a Diva,
dessa vez identificada como mulher do vereador. Ele disse que ficava com apenas R$ 800 do total
pago pela Câmara.
A Promotoria apurou que Santos trabalhou para Calvo de abril
de 1999 a junho de 2000, e que ele
recebia um salário bruto de R$
3.802,77 no final do período.
A ação cautelar foi proposta para que, com os extratos bancários
de Santos nas mãos, a Promotoria
possa verificar se são verdadeiras
as afirmações segundo as quais
ele não ficava com o valor integral
dos salários da Câmara.
O promotor Marques também
quer saber se as contas de Calvo e
da mulher dele receberam recursos que possam ser considerados
provenientes dos salários pagos
com dinheiro público a Santos.
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