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JUSTIÇA
Mateus da Costa Meira será julgado por homicídios, lesões corporais graves e por arriscar a vida de outras pessoas
Atirador do shopping vai a júri amanhã
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-estudante sextoanista de
medicina Mateus da Costa Meira,
29, que matou três pessoas durante uma sessão de cinema no Morumbi Shopping, na zona sul da
cidade de São Paulo, vai a júri popular amanhã, a partir das 13h30.
O crime aconteceu no dia 3 de
novembro de 1999, quando Meira
disparou rajadas de uma submetralhadora contra expectadores
do filme "Clube da Luta". Ele será
julgado por três homicídios, por
quatro lesões corporais graves e
por ter colocado em risco a vida
de outras 15 pessoas -referência
à quantidade de balas que ainda
havia no pente de sua arma.
A denúncia inicial do promotor
Norton Geraldo Rodrigues da Silva, que contemplava a possibilidade de 36 tentativas de homicídio -com base nas demais pessoas da platéia que poderiam ser
atingidas-, não foi aceita.
O julgamento, na expectativa de
Silva, deve durar quatro dias. Cinco testemunhas de acusação e cinco de defesa serão ouvidas.
Familiares de vítimas prometem comparecer ao julgamento
de Meira, como Karina Jatobá, 26,
filha da publicitária Luiza Jatobá,
uma das que morreram baleadas.
Karina e suas duas irmãs, Carolina, 27, e Hanna, 22, publicaram
um anúncio na Folha e no jornal
"O Estado de S.Paulo", no dia 9 de
maio deste ano, em homenagem à
mãe delas e "para movimentar a
opinião pública" às vésperas do
julgamento de Meira. "A sociedade esquece muito rápido", diz.
O anúncio levava no título a seguinte frase: "O único presente
que podemos dar à nossa mãe é
Justiça". "Para nós o Dia das Mães
terá sempre um significado duplo. Será sempre o dia de homenagear quem dá a vida. E de condenar quem a tira", dizia o texto.
Além de Luiza Jatobá, Fabiana
Lobão de Freitas e Julio Maurício
Zemaitis foram as outras duas vítimas fatais dos tiros disparados
por Meira dentro do cinema.
O estudante da Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa
de São Paulo deu um tiro no espelho do banheiro do shopping antes de invadir a sala de cinema na
noite do crime. No dia seguinte,
Meira disse à polícia que tentava
se livrar de vozes que ouvia e de
perseguidores imaginários.
Um laudo de exame toxicológico do IML (Instituto Médico Legal) apontou que ele estava sob
efeito de cocaína na época dos
disparos. Ele também foi considerado imputável (capaz de responder por seus atos) -do contrário,
não iria a julgamento e seria recolhido a um manicômio judicial.
Colaborou o "Agora"
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