São Paulo, segunda-feira, 31 de maio de 2004

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JUSTIÇA

Mateus da Costa Meira será julgado por homicídios, lesões corporais graves e por arriscar a vida de outras pessoas

Atirador do shopping vai a júri amanhã

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-estudante sextoanista de medicina Mateus da Costa Meira, 29, que matou três pessoas durante uma sessão de cinema no Morumbi Shopping, na zona sul da cidade de São Paulo, vai a júri popular amanhã, a partir das 13h30.
O crime aconteceu no dia 3 de novembro de 1999, quando Meira disparou rajadas de uma submetralhadora contra expectadores do filme "Clube da Luta". Ele será julgado por três homicídios, por quatro lesões corporais graves e por ter colocado em risco a vida de outras 15 pessoas -referência à quantidade de balas que ainda havia no pente de sua arma.
A denúncia inicial do promotor Norton Geraldo Rodrigues da Silva, que contemplava a possibilidade de 36 tentativas de homicídio -com base nas demais pessoas da platéia que poderiam ser atingidas-, não foi aceita.
O julgamento, na expectativa de Silva, deve durar quatro dias. Cinco testemunhas de acusação e cinco de defesa serão ouvidas.
Familiares de vítimas prometem comparecer ao julgamento de Meira, como Karina Jatobá, 26, filha da publicitária Luiza Jatobá, uma das que morreram baleadas.
Karina e suas duas irmãs, Carolina, 27, e Hanna, 22, publicaram um anúncio na Folha e no jornal "O Estado de S.Paulo", no dia 9 de maio deste ano, em homenagem à mãe delas e "para movimentar a opinião pública" às vésperas do julgamento de Meira. "A sociedade esquece muito rápido", diz.
O anúncio levava no título a seguinte frase: "O único presente que podemos dar à nossa mãe é Justiça". "Para nós o Dia das Mães terá sempre um significado duplo. Será sempre o dia de homenagear quem dá a vida. E de condenar quem a tira", dizia o texto.
Além de Luiza Jatobá, Fabiana Lobão de Freitas e Julio Maurício Zemaitis foram as outras duas vítimas fatais dos tiros disparados por Meira dentro do cinema.
O estudante da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo deu um tiro no espelho do banheiro do shopping antes de invadir a sala de cinema na noite do crime. No dia seguinte, Meira disse à polícia que tentava se livrar de vozes que ouvia e de perseguidores imaginários.
Um laudo de exame toxicológico do IML (Instituto Médico Legal) apontou que ele estava sob efeito de cocaína na época dos disparos. Ele também foi considerado imputável (capaz de responder por seus atos) -do contrário, não iria a julgamento e seria recolhido a um manicômio judicial.


Colaborou o "Agora"


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