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IPT diz que não faria laudo para beneficiar hospital
Em nota, o instituto alega que não foi notificado e por isso não comentaria os questionamentos do Ministério Público
DA REPORTAGEM LOCAL
O IPT informou que não
aceitaria fazer um laudo para
beneficiar a direção do Hospital das Clínicas, mas não comentou as indagações levantadas pelo Ministério Público Estadual sobre o seu relatório.
De acordo com o instituto,
ele "não recebeu nenhuma manifestação da Promotoria".
O IPT deu a mesma resposta
para não responder ao questionamento feito pela reportagem
sobre por que não enviou um
engenheiro elétrico para participar da investigação do incêndio no Hospital das Clínicas.
A Folha também perguntou
ao instituto se os dois engenheiros civis que assinam o
laudo do HC, José Carlos Tomina e Antonio Fernando Berto, têm qualificação na área de
engenharia elétrica e, se têm,
por que não há referência a isso
no documento.
O IPT respondeu dessa forma: "O Laboratório de Segurança ao Fogo do IPT [ao qual
pertencem os dois engenheiros] é multidisciplinar e conta
com as diversas competências
relacionadas à área", diz trecho
da nota enviada à reportagem.
A Folha solicitou ainda ao
instituto explicações sobre a
decisão de não enviar um técnico no dia da apresentação do
parecer à imprensa, em março.
O HC disse ter solicitado alguém para explicar questões
mais técnicas, mas não foi
atendido. O IPT respondeu em
nota: "O relatório apresentado
pelo instituto estava suficientemente claro e detalhado".
A direção do Hospital das
Clínicas informou que não fez
nenhum pedido específico ao
IPT para a condução das investigações dos incêndios.
O hospital disse manter a
mesma opinião sobre os motivos do incêndio do Natal. "O
HC não tem por que duvidar do
laudo de um instituto sério como o IPT. Aliás, o HC também
preza por sua seriedade. Vale
dizer que, em sua última visita
ao HC, o promotor público [José Carlos Freitas] vistoriou o
Prédio dos Ambulatórios e não
fez nenhum comentário sobre
o laudo do IPT", diz nota.
A direção do hospital informou que a sua apuração interna ainda não foi concluída.
A Folha também procurou a
Secretaria da Segurança Pública, responsável pelo IC (Instituto de Criminalística), solicitando entrevista com os responsáveis pela investigação
dos incêndios do HC. A pasta
informou que o inquérito corre
sob sigilo policial.
(RP e AC)
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