São Paulo, sábado, 31 de maio de 2008

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IPT diz que não faria laudo para beneficiar hospital

Em nota, o instituto alega que não foi notificado e por isso não comentaria os questionamentos do Ministério Público

DA REPORTAGEM LOCAL

O IPT informou que não aceitaria fazer um laudo para beneficiar a direção do Hospital das Clínicas, mas não comentou as indagações levantadas pelo Ministério Público Estadual sobre o seu relatório.
De acordo com o instituto, ele "não recebeu nenhuma manifestação da Promotoria".
O IPT deu a mesma resposta para não responder ao questionamento feito pela reportagem sobre por que não enviou um engenheiro elétrico para participar da investigação do incêndio no Hospital das Clínicas.
A Folha também perguntou ao instituto se os dois engenheiros civis que assinam o laudo do HC, José Carlos Tomina e Antonio Fernando Berto, têm qualificação na área de engenharia elétrica e, se têm, por que não há referência a isso no documento.
O IPT respondeu dessa forma: "O Laboratório de Segurança ao Fogo do IPT [ao qual pertencem os dois engenheiros] é multidisciplinar e conta com as diversas competências relacionadas à área", diz trecho da nota enviada à reportagem.
A Folha solicitou ainda ao instituto explicações sobre a decisão de não enviar um técnico no dia da apresentação do parecer à imprensa, em março.
O HC disse ter solicitado alguém para explicar questões mais técnicas, mas não foi atendido. O IPT respondeu em nota: "O relatório apresentado pelo instituto estava suficientemente claro e detalhado".
A direção do Hospital das Clínicas informou que não fez nenhum pedido específico ao IPT para a condução das investigações dos incêndios.
O hospital disse manter a mesma opinião sobre os motivos do incêndio do Natal. "O HC não tem por que duvidar do laudo de um instituto sério como o IPT. Aliás, o HC também preza por sua seriedade. Vale dizer que, em sua última visita ao HC, o promotor público [José Carlos Freitas] vistoriou o Prédio dos Ambulatórios e não fez nenhum comentário sobre o laudo do IPT", diz nota.
A direção do hospital informou que a sua apuração interna ainda não foi concluída.
A Folha também procurou a Secretaria da Segurança Pública, responsável pelo IC (Instituto de Criminalística), solicitando entrevista com os responsáveis pela investigação dos incêndios do HC. A pasta informou que o inquérito corre sob sigilo policial. (RP e AC)

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