São Paulo, sábado, 31 de agosto de 2002

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Setor enfrenta uma de suas piores crises

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O setor de aviação enfrenta atualmente uma de suas piores crises financeiras no país. O excesso de companhias aéreas, a alta do dólar (que influencia em cerca de 40% dos custos das empresas) e a desaceleração econômica estão afetando diretamente os desempenhos de empresas como a TAM, Varig e Gol.
O consultor de aviação José Carlos Martinelli disse ontem que ainda é cedo para determinar se os pousos forçados das aeronaves da TAM tenham alguma relação com falta de manutenção. Mas lembrou que existe cada vez mais uma política deliberada das empresas de acelerarem as checagens ou consertos dos aviões.
"Um novo executivo disposto a fazer carreira em uma companhia aérea pode adotar esse estilo de trabalho de maneira mais agressiva. O que pode ser perigoso", disse Martinelli. Mas destacou que o pessoal da TAM tem sido extremamente profissional.
Não há dúvidas, porém, que as companhias brasileiras estão fazendo um enorme esforço para aumentar sua produtividade. Na prática, isso significa diminuir cada vez mais o tempo de pouso e decolagem de uma aeronave.
A necessidade de aumentar a lucratividade fica explícita nos números das companhias. A ocupação dos assentos dos aviões da TAM entre janeiro e julho de 2002, por exemplo, foi de 57%, contra os 53% do mesmo período de 2001. Os especialistas do setor entendem que 55% é o patamar mínimo para garantir lucro.
A ocupação da Vasp caiu de 61% para 58%. A TAM tem uma vantagem em relação a outras companhias, como a Varig e Vasp. Não tem dívidas em atraso. Já a Varig, por exemplo, possui débitos a pagar de US$ 900 milhões e enfrenta dificuldades para atrair investidores.


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