São Paulo, sábado, 31 de agosto de 2002

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PLANO DIRETOR

Parlamentares decidiram pedir que prefeita desconsidere carta, que provocou racha na bancada petista

7 vereadores desistem de pedir veto a Marta

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia depois de assinar uma carta pedindo que a prefeita Marta Suplicy (PT) vete as mudanças no zoneamento da cidade, incluídas no Plano Diretor, sete vereadores decidiram enviar um fax à Secretaria de Governo pedindo para que desconsiderasse suas assinaturas na carta.
O documento enviado à prefeita foi assinado por 27 parlamentares, sendo sete do próprio PT. O ofício provocou uma das maiores crises na bancada petista, com 12 vereadores, na atual gestão.
Na carta, os parlamentares justificavam o pedido de veto da prefeita afirmando que "é fundamental que nenhuma dúvida paire sobre as reais intenções do poder municipal ao aprovar um Plano Diretor estratégico para o nosso município".
As emendas mudaram o zoneamento de sete regiões de São Paulo, que passaram de zonas estritamente residenciais para zonas mistas, onde é possível instalar comércios e construir prédios.
Ontem, porém, Roger Lin (PPS), Toninho Campanha (PSB), Raul Cortez (PPS), Vicente Cândido (PT), Rubens Calvo (PSB), Jooji Hato (PMDB) e Mário Dias (PPB) endossaram a nova carta à prefeitura.
Anteontem, durante entrevista, o secretário de Governo, Rui Falcão, já adiantara que três vereadores haviam se manifestado favoravelmente à retirada de seus nomes da carta. Segundo o secretário, Lin, Campanha e Cortez já estariam "arrependidos".
Ontem, mais quatro enviaram fax ao secretário: Vicente Cândido (PT), Rubens Calvo (PSB), Jooji Hato (PMDB) e Mário Dias (PPB). Cândido havia dito anteontem à Folha que assinara a carta "para respaldar um possível veto da prefeita. Houve controvérsias na bancada sobre as mudanças, que não puderam ser analisadas em tempo hábil".
A Folha não conseguiu falar ontem com o vereador. Seu celular estava "desligado ou fora da área de serviço". Em seu gabinete, a explicação era que ele estava em atividade externa e que não era possível entrar em contato com ele.
Jooji Hato e Rubens Calvo deram explicações semelhantes para o arrependimento. "Não quero ser usado numa briga interna de um partido que não é o meu", disse o peemedebista, referindo-se ao racha na bancada do PT. "Não quero ser massa de manobra para ninguém", afirmou Calvo.
Os dois também fizeram questão de frisar que não foram procurados pelo secretário de Governo nem por Tatto nem por Mentor. Mas ontem à tarde, as assessorias de Falcão e Mentor ligaram para as redações para informar das desistências. (CHICO DE GOIS)


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