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3 CULTURA
Beleza deve ser valor central dos projetos
DA REPORTAGEM LOCAL
Chega de imundície. Basta de
pichação. O valor central da cidade dever ser a beleza, de acordo
com a proposta de José Teixeira
Coelho, professor da Escola de
Comunicações e Artes da USP,
coordenador do Laboratório de
Políticas Culturais e ex-diretor do
Museu de Arte Contemporânea.
"Todo cidadão e cidadã tem direito a um entorno urbano presidido pela beleza". Ele defende que
esse seria o primeiro artigo de
uma Carta da Cidade, que regularia o que pode e o que não pode
ser feito, similar ao estatuto adotado por Barcelona. O Estatuto da
Cidade existente não serve porque é "burocrático", afirma.
A beleza da cidade, para o pesquisador, é uma questão clássica,
já debatida pelos gregos há 2.000
anos, que precisa ser incorporada
pelo mundo contemporâneo.
A pichação, segundo Teixeira
Coelho, é a primeira da lista da seção "não pode": deve ser banida
porque é a imposição de uma minoria (os pichadores) sobre a
maioria da população.
Mais do que o patrimônio histórico, a prefeitura deve ter normas
que assegurem a beleza do patrimônio de hoje, propõe. "A utopia
do futuro se constrói hoje", é o
seu mote. Toda propaganda a céu
aberto deve ser alocada só em locais próprios para esse fim, como
ocorre na Europa. Colar cartazes
em túneis ou em pontes é, para
ele, obviamente proibido.
Na lista do que fazer, ele propõe
que todo prédio público a ser
construído reserve um percentual
de seu orçamento para a aquisição de obras de arte.
Teixeira Coelho sugere que sejam plantadas 1 milhão de árvores
na cidade, tal como o líder comunista chinês Mao Tsé-tung fez em
Pequim (a temperatura da cidade
baixou dois graus centígrados).
As árvores, para ele, serviriam
também para ocupar o espaço
que seria usado pela propaganda.
O pesquisador defende que esse
tipo de política seja gerenciado
por um conselho, não consultivo,
como é a norma, mas com poder
de deliberar. Esse órgão, na concepção de Teixeira Coelho, teria
representantes da sociedade civil
e atuaria em conjunto com a secretária municipal da Cultura.
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