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7 SAÚDE PÚBLICA
Divisão por regiões racionaliza sistema
DA REPORTAGEM LOCAL
O sistema de saúde de São Paulo não tem como evitar que um
paciente com equimose -a popular sarna- atravesse 30 km para ser tratado no Hospital das Clínicas, referência na cidade.
A caricatura feita por Paulo
Eduardo Mangeon Elias, professor de políticas de saúde da Faculdade de Medicina da USP, tem
um alvo claro: mostrar que não há
racionalidade no gerenciamento
do sistema de saúde paulistano.
A criação de um sistema de informação, fundamental para existir um planejamento, e a atribuição de responsabilidades e regionalização dos hospitais poderiam
ser feitos, segundo Elias, "só com
o consumo de neurônios".
O problema número um da saúde na cidade, de acordo com o
professor, é o acesso aos serviços:
as pessoas adoecem e não sabem
aonde buscar tratamento.
A solução, segundo ele, seria a
reestruturação do sistema hospitalar, na qual os quatro principais
hospitais cuidariam de suas regiões. O Hospital das Clínicas seria o líder das regiões oeste e sul; a
Santa Casa, do centro, o Santa
Marcelina, da região leste, e o São
Paulo, da região sul.
Eles definiriam que hospitais de
sua área seriam responsáveis por
quais doenças e cuidaria do treinamento. Deveriam também gerenciar um sistema de informação de sua área, de acordo com a
proposta de Elias.
"Precisa haver uma liderança
técnica em cada região para haver
inteligência no sistema", sugere.
"Hoje ninguém se responsabiliza
por nada".
O planejamento e a administração dos sistemas de saúde da prefeitura e do Estado devem ser integrados, segundo Elias. Até hoje,
essa integração depende de quem
ocupa a prefeitura e o governo do
Estado. "Isso não é republicano.
O sistema de saúde não pode depender de quem é o prefeito ou o
governador", afirma.
A racionalidade da saúde é tão
precária em São Paulo, aponta
Elias, que só no ano passado foi
feito um censo dos equipamentos
das 386 unidades básicas de saúde. Fluxo de gastos e produtividade, diz o professor, são medidos
de um modo primitivo.
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