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Espancado, líder dos sem-teto critica guarda

JULIANNA GRANJEIA
DE SÃO PAULO

Ensanguentado e algemado, Guilherme Boulos, 29, coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), foi chamado de membro de "movimento do vandalismo" por guardas municipais de São José dos Campos.

Boulos foi espancado pela GCM -ato testemunhado pela Folha- no domingo, no Centro Poliesportivo do Campo dos Alemães, durante a reintegração.

"Eu estava buscando organizar uma assembleia com as famílias e buscar uma saída para abrigo. A GCM me atacou, chegaram agredindo. Apontaram o revólver para mim. Falei que não havia motivos para me prender", afirmou.

Após a agressão, por volta das 16h, ele foi levado ao 3º DP. "Cheguei lá e a delegada me mandou para o hospital porque estava sangrando. Não tive ferimentos graves, mas fiquei com hematomas no rosto, perna, costas e barriga."

Boulos voltou à delegacia, onde ficou detido por destruição de patrimônio público. Foi solto após os advogados do movimento pagarem R$ 700 de fiança.

A Folha, após testemunhar a agressão, procurou Boulos no 3º DP e a informação dada foi a de que não havia ninguém preso.

A prefeitura da cidade informou que vai apurar a atuação da GCM.

Boulos -filho de Marcos Boulos, chefe de divisão de moléstias infecciosas do Hospital das Clínicas e coordenador de controle de doenças da Secretaria de Estado da Saúde- é formado em filosofia na USP.

Deixou a casa dos pais, em um bairro nobre de São Paulo, para militar pelos sem-teto em 2002. Hoje, mora com a mulher e duas filhas em Taboão da Serra (Grande SP), em uma ocupação do movimento.

Veja vídeo da agressão
folha.com/no1038983

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