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R$ 1,7 milhão resgatado após roubo fica sem dono

Dinheiro deixado em carro anteontem por assaltantes foi depositado em juízo

Assalto a empresa de segurança causou a morte de aposentado que passava pelo local durante um tiroteio

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

A investigação sobre o tiroteio entre ladrões e policiais militares que resultou na morte do aposentado Balilla Argentieri, 73, anteontem, esbarrou num fato inusitado: a Polícia Civil apreendeu R$ 1,7 milhão em espécie que, a princípio, não tem dono.

A fortuna, em notas de pequeno valor, estava no Siena usado pelos quatro ladrões para invadir a empresa Noventa Graus Comércio de Equipamentos para Segurança Ltda., na Vila Leopoldina, zona oeste paulistana.

O ASSALTO

Disfarçados de policiais civis e com coletes à prova de balas, os ladrões invadiram a empresa e se preparavam para fugir do local quando foram surpreendidos pela Polícia Militar.

Houve uma breve tentativa de negociação, mas os criminosos não se renderam e, ao romper o cerco policial, atiraram com fuzis e pistolas contra os policiais.

No tiroteio, dois suspeitos foram mortos. Duas balas perdidas atingiram o aposentado Argentieri, que morreu.

O Siena usado pelos ladrões era o clone de um carro descaracterizado da Polícia Civil em Carapicuíba (Grande São Paulo).

Outros dois ladrões que invadiram a empresa fugiram sem conseguir levar 15 malotes com dinheiro que estavam no porta-malas do Siena.

SEM DONO

O mistério sobre origem e propriedade do R$ 1,7 milhão sem dono levado da empresa começou ontem quando o DHPP (departamento de homicídios) questionou os responsáveis pela Noventa Graus sobre os motivos de eles manterem um valor tão alto, em espécie, no local.

Em um primeiro momento, os responsáveis pela empresa de segurança disseram que o dinheiro seria de uma segunda empresa.

Desconfiados, os investigadores do DHPP questionaram a firma indicada pelos responsáveis pela Noventa Graus sobre o origem do dinheiro e essa segunda empresa negou ser dona do valor.

Como ninguém provou de onde surgiu o dinheiro, os policiais do DHPP decidiram depositar em juízo o R$ 1,7 milhão. Procurados, os responsáveis pela Noventa Graus não foram localizados pela reportagem ontem à noite.

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