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Blitz fecha baile funk e leva 42 jovens a DP

'Pancadão' na zona sul é suspenso pela prefeitura com o apoio da PM, agentes municipais e conselheiros tutelares

Cerca de 70 pessoas participaram da blitz, planejada há dois meses, após o aumento de queixas de barulho

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

O som de MCs como Mister Catra, Tilbita e K-9 tocava alto para cerca de mil pessoas quando policiais invadiram uma casa noturna durante uma operação para coibir bailes funk na região do Jardim Ângela, zona sul da capital.

A operação contra os "pancadões" resultou na apreensão de 42 adolescentes e no fechamento do estabelecimento que funcionava ilegalmente, multado em R$ 110 mil.

A ação, que ocorreu em outros dois pontos, flagrou jovens embriagados e investiga se o comércio vendeu bebida para eles. Foram encontrados ainda 13 caça-níqueis.

Segundo a polícia, a casa dispunha de um espaço destinado ao sexo -dentro de um cercado revestido com sacos plásticos, havia camisinhas usadas e tubos vazios usados para guardar droga.

Setenta homens, entre PMs, conselheiros tutelares e agentes da prefeitura, participaram da blitz, planejada há dois meses, após o aumento de reclamações de barulho.

Os bailes funk, muitos deles a céu aberto, se proliferam na periferia, onde, muitas vezes, não há opções culturais.

MULTIDÕES NAS RUAS

Antes de fechar o Forrozão do Gil, casa noturna num galpão nos fundos de um bar na estrada do M'Boi Mirim, os policiais dispersaram multidões nas ruas da Fortuna e Luiz Meléndez.

Jovens se aglomeravam em volta de carros com porta-malas abertos e alto-falantes à mostra. O som podia ser ouvido a quarteirões dali.

Segundo participantes, a PM usou bombas de gás.

Ainda segundo frequentadores ouvidos pela Folha, há drogas, álcool e sexo no meio da rua, que fica intransitável. As baladas ocorrem aos domingos e vão até segunda.

"As minas ficam doidas", disse S., 13, que frequenta o baile na Luiz Meléndez.

Moradores dizem que jovens de shorts se esfregam nos meninos ao som do funk -as letras vão de "Vou destruir a sua perereca" a "Mama em Pé".

"A gente tava ali para se divertir. Não fizemos nada e fomos obrigados a ficar de cara para o muro", reclamou o repositor M., 17, um dos jovens detidos pela PM.

Para o produtor cultural Gleubes Nicandio, 40, o Gleu, que leva DJs que tocam funk a casas noturnas da região central, o funk a céu aberto acontece porque não há outras opções de diversão.

"Casas noturnas são caras para jovens, que abrem seus carros para tocar o som", diz. Procurada pela Folha, a PM não se pronunciou.

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