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Vítima usava protetor de ouvidos para evitar barulho da reforma

DIANA BRITO
DO RIO

Dias antes do desabamento no centro do Rio, o analista de sistemas Bruno Gitahy Charles, 25, comprou protetores de ouvidos para amenizar o barulho das obras na TO, onde trabalhava.

"Ele comprou a proteção porque não aguentava mais o barulho da obra", disse à Folha a dona de casa Vera Lúcia Fernandes Gitahy, 59, mãe do rapaz.

O filho relatou à mãe que a empresa TO pretendia ampliar a sala para contratar mais funcionários.

Ela contou à Folha que se sentiu "enganada" por representantes da prefeitura da cidade, que haviam dito que o corpo do filho dela foi mutilado no desastre.

"Os peritos do Instituto Médico Legal disseram que o DNA seria feito através de ossos encontrados no depósito para onde levaram o entulho. Eu não aceito essa maldade que fizeram com o meu filho. Picotaram o corpo dele com esse transporte de entulho feito com máquinas pesadas no dia seguinte da tragédia."

"Meu filho podia estar vivo, mas quiseram limpar às pressas o terreno, para encontrar os cofres do banco, que ficava no térreo de um dos prédios que caiu", disse.

Bruno trabalhava havia sete meses na empresa. Ele tinha passado a quarta-feira fora, voltando ao prédio à noite para uma aula. Seu corpo foi identificado ontem. Dos 17 corpos encontrados, um não foi reconhecido. Cinco estão desaparecidos.

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