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Folha verão

Jurerê vive disputa entre bares e moradores

Estabelecimentos estão sendo processados

ESTELITA HASS CARAZZAI
ENVIADA ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

Uma das praias mais badaladas do litoral brasileiro está dividida. Famosa por festas regadas a champanhe e casas milionárias, Jurerê Internacional, em Florianópolis, vive uma queda de braço entre bares e moradores, insatisfeitos com o barulho e a falta de sossego.

Pelo menos dois "beach clubs" -bares à beira da areia em pontos nobres do balneário- enfrentam ações na Justiça movidas pela associação de moradores. Outros três, que já fecharam, também foram processados.

A queda de braço se acentua no Carnaval, quando o número de turistas e de festas, inclusive em casas particulares (alugadas a até R$ 10 mil por dia), aumenta.

Com 4.000 moradores, Jurerê chega a receber 60 mil turistas por dia no pico.

Casas invadidas para "a prática de atos contra a moral e os bons costumes", jardins transformados em "verdadeiros banheiros públicos" e som "altíssimo" são algumas das reclamações constantes nos processos, movidos desde 2005 e que se arrastam em embargos e apelações desde então.

Os críticos da "muvuca" estão principalmente nas casas próximas aos bares, que cobram até R$ 1.600 por pessoa para uma festa com DJs.

A Justiça já chegou a determinar que o Café de La Musique e o Taikô não ocupassem áreas públicas (como a faixa de areia) nem emitissem som acima do permitido, "salvo exceções legais". É com base nisto que seguem abertos.

Todos os restaurantes têm autorização da prefeitura para funcionar e até mesmo ocupar a faixa de areia.

Já a perturbação do sossego em festas de Carnaval e Réveillon é exceção prevista em lei municipal. "É cultura nacional, é uma noite de festa", afirma Andrea Druck, 48, diretora da Habitasul -incorporadora responsável pela administração de Jurerê e pelo aluguel dos "beach clubs".

A prefeitura diz que todas as autorizações foram concedidas dentro da lei e que os bares têm importância turística para o município.

"Existe uma oferta e existe uma demanda", diz o secretário municipal de meio ambiente, José Carlos Rauen, para quem o conflito vai existir "eternamente".

Para Leandro Adegas, sócio do Taikô, os bares não podem ser responsabilizados pelo que fazem seus clientes fora do estabelecimento.

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