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Entrevista

Grevistas abusam e fazem vandalismo, afirma ministro

NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou ontem que, se necessário, enviará mais tropas federais à Bahia e deu um recado ao movimento grevista: reivindicações têm que ser baseadas em argumentos, e não em coação.

Folha - Ministro, o que está acontecendo na Bahia é levante de cunho político ou greve?
José Eduardo Cardozo - Uma coisa é reivindicar e exercer o direito de greve; outra coisa é o abuso, a prática de crimes e atos de vandalismo. Infelizmente, uma minoria de policiais tem agido dessa forma.

Eles praticaram ato de vandalismo?
Policiais confundem direito de reivindicar a ações criminosas. É impensável uma pessoa que tem arma e salário custeados pelo Estado para garantir a ordem voltar essa arma contra o próprio cidadão, a quem ele tem o dever de defender.

O governo federal vê ação orquestrada da PM em vários Estados para pressionar o Executivo a apoiar a PEC 300 no Congresso?
O direito de reivindicar é legítimo, o que se discute aqui é o método.
Se alguém imaginava que usar esse expediente criminoso vai ter sucesso, está enganado. Quem quer convencer autoridade, que use argumentos, não coação.

Mas então há relação com a PEC 300, que define piso salarial para a categoria e que o governo é contra por estourar os cofres públicos?
Estamos investigando os fatos e fazendo as devidas apurações.

O que dizem os boletins mais recentes?
Há ainda pontos que precisam ser resolvidos, mas as tropas restauraram clima de tranquilidade ao cidadão em diversos pontos. Nós cuidamos de fazer policiamento sem terrorismo, pois nosso objetivo é o cidadão baiano.

Mas o senhor partilha da hipótese de motivação política?
Não quero fazer considerações dessa natureza, por ora. Obviamente, estamos investigando e cuidando de restaurar a ordem.

O efetivo enviado para o Estado é suficiente?
Colocamos o maior contingente de tropas federais da história e, se precisar, aumentamos.
O comando está com o general Gonçalves Dias. Aquilo que ele achar que é necessário, nós atenderemos.

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