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Análise

Obama quer que turista brasileiro gere empregos nos EUA

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE SÃO PAULO

A agilização na concessão de vistos para brasileiros não significa que os Estados Unidos vejam o Brasil como um país mais sério e seus cidadãos como mais confiáveis.

Responde apenas a uma lógica econômica.

O turismo é uma indústria crescente no mundo e tem grande potencial de criação de emprego.

Nos EUA, representava 2,7% do PIB em 2010 e empregava 7,5 milhões de pessoas.

Em janeiro, ao falar das mudanças no processo dos vistos, o presidente Barack Obama afirmou o óbvio: quanto mais pessoas visitarem seu país, mais americanos voltarão a ter emprego, o que é essencial para uma nação em crise desde 2008.

A importância do Brasil nisso fica clara com a ajuda de uma série de números.

No total, 1,2 milhão de brasileiros visitaram os EUA em 2010, último ano em que há dados disponíveis.

A expectativa é que esse número suba para 4,5 milhões até 2016 -um acréscimo de 274%.

No mesmo período, cerca de 800 mil chineses foram para aquele país, mas o crescimento esperado até 2016 é de "apenas" 135%.

O Escritório de Análises Econômicas dos Estados Unidos estima que para cada 65 novos turistas estrangeiros é criada uma vaga no setor.

Ou seja, só o incremento de brasileiros até 2016 criaria 51 mil novos empregos diretamente ligados ao turismo.

Parece pouco para uma legião de 12,8 milhões de desempregados do país, taxa de 8,3%. Mas o turista movimenta a economia também de outras formas.

Dados do governo americano apontam que cada turista do Brasil gasta em média US$ 5.000 (R$ 8.660) durante sua viagem.

Perdemos para os chineses, que gastam US$ 6.000 (R$ 10.392), mas estamos acima da média mundial, US$ 4.000 (R$ 6.928).

O brasileiro compra de imóveis na Flórida a pasta de dente e sabão em pó, que são mais baratos lá que aqui.

Se pudesse, Obama talvez dissesse aos que estão na fila do consulado: paciência, boa viagem e boas compras.

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